cuidado eles também votam nas próximas eleições

 

1. CRÓNICA 51. REVISITANDO 1984, GEORGE ORWELL 24 fev.º 2008

51.2. CUIDADO, ESTAS PESSOAS TAMBÉM VOTAM… (AH! ENTÃO FORAM ESTES QUEM OS ELEGEU?)
51.2.1.

Alguém comprou um frigorífico novo e para se livrar do velho, colocou-o no passeio, com o aviso:

“Grátis. A funcionar. Se quiser, pode levar”.

O frigorífico ficou três dias no passeio sem receber um olhar dos passantes.

Chegou à conclusão que as pessoas não acreditavam na oferta, boa de mais para ser verdade.

Mudou o aviso: “Frigorífico à venda por 50,00 €”. No dia seguinte, tinha sido roubado! Cuidado! Este tipo de gente vota!

51.2.2.

Ao visitar uma casa para alugar, perguntou à agente imobiliária para que lado era o Norte, porque não queria que o sol o acordasse todas as manhãs. A agente perguntou: “O sol nasce no Norte?”

Quando lhe explicou que o sol nasce a Nascente (aliás, daí o nome e que há muito tempo que isso acontece!) ela disse: “Eu não estou atualizada a respeito destes assuntos”. Ela também vota!

51.2.3.

Alguém que trabalhou num centro de atendimento a clientes em Ponta Delgada – Açores, um dia, recebeu um telefonema de um sujeito que perguntou em que horário o centro de atendimento estava aberto. Respondeu: “O número que o senhor discou está disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana.” Ele então perguntou: “Pelo horário de Lisboa ou pelo horário de Ponta Delgada?” Para acabar logo com o assunto, respondeu-lhe: “Horário do Brasil.” Ele vota!

51.2.4.

Durante um almoço no self-service da empresa ouvimos uma das assistentes administrativas falar a respeito das queimaduras de sol que tinha, por ter ido de carro para o litoral.

Estava num descapotável, por isso, “não pensou que ficasse queimada, pois o carro estava em movimento.” Ela também vota!

51.2.5.

Uma pessoa amiga tem uma ferramenta salva-vidas no carro, para cortar o cinto de segurança, se ficar presa nele, mas guarda a ferramenta no porta-bagagens! Ela também vota!

51.2.6.

Uns amigos foram comprar cerveja para uma festa e notaram que as grades tinham desconto de 10%. Como era uma festa grande, comprou 2 grades.

O caixa multiplicou 10% por 2 e fez-nos um desconto de 20%. Ele também vota!

51.2.7.

Um amigo viu uma mulher com uma argola no nariz, ligada a um brinco, por meio de uma corrente e disse: “Será que a corrente não dá um puxão cada vez que ela vira a cabeça?”

Expliquei que o nariz e a orelha de uma pessoa permanecem à mesma distância, independentemente de a pessoa virar a cabeça ou não. O amigo também vota!

51.2.8.

Ao chegar de avião, as malas nunca mais apareciam na área de recolha da bagagem. Fui à secção de bagagem extraviada e disse à mulher que as minhas malas não tinham aparecido.

Ela sorriu e disse-me para não me preocupar, porque “era uma profissional treinada e eu estava em boas mãos.” Diga-me, perguntou ela… O seu avião já chegou?” Ela também vota!

51.2.9.

Numa pizzaria observei um homem a pedir uma pizza para levar. Estava sozinho e o empregado perguntou se preferia que a pizza fosse cortada em 4 pedaços ou em 6.

Pensou algum tempo, antes de responder: “Corte em 4 pedaços; não estou com fome suficiente para comer 6 pedaços.” Isso mesmo, ele também vota!

Agora já sabem QUEM elege os (nossos) políticos!

Seguindo este tipo de raciocínio vai ser difícil qualquer dia concorrer a um emprego, dado o excesso de qualificações dos candidatos entretanto formados por uma qualquer fábrica universitária dessas que produzem “canudos” que para nada servem, exceto para enganar as estatísticas de Bruxelas. Mas ficaremos decerto bem na fotografia pois estaremos com um nível de qualificações elevado face ao resto do mundo, embora os nossos diplomados possam apenas exercer a sua profissão em países altamente desenvolvidos como a Indonésia, Sri Lanka, Maldivas, Filipinas, Angola, Moçambique ou Guiné-Bissau. Nos outros países é provável que não durem muito dada a sua incompetência pessoal e profissional.

Isto é o retrato do que espera os nossos filhos e netos que, entretanto, se vão deparar com um país e uma Europa demasiado envelhecidos para pagarem as reformas das gerações anteriores. Com esta dívida que herdarão desta famosa geração “a baby-boom generation” ficarão também para eles resolverem problemas como o das autoestradas sem custo para nós que eles terão de pagar com juros e dividendos e as obras faraonicamente desnecessárias que os seus antepassados foram construindo para deixarem o seu “legado” às gerações vindouras.

Pareceu-me, pois, apropriado recortar estas receitas para quem se candidate a emprego nos tempos mais próximos. Dá que pensar e é isso que pretendo com esta crónica.