Pântanos de corrupção.
Não me surpreende que os populistas que fazem campanha contra as elites corruptas ( que o são mesmo) acabem por ser elites corruptas, ao chegarem ao poder. No centro do projeto populista não está um desejo genuíno de reforma, mas a fome de poder e enriquecimento pessoal à custa do público.
Donald Trump na campanha presidencial dos EUA em 2016, rotulou a opositora de “Crooked Hillary” ( não é flor que se cheire) e acrescentava “Só eu posso consertar”. Além disso, critica o jornalismo sério como “notícias falsas” e critica os principais meios de comunicação como “inimigos do povo”.
Na Europa Central e Oriental, os mini-Trumps da região presidem aos seus próprios pântanos de corrupção e estão empenhados em minar, depreciar e censurar a imprensa livre.
Na Polónia, o dirigente do partido Lei e Justiça (PiS), Jarosław Kaczyński, enche as instituições democráticas e as posições-chave com os seus comparsas. O governo assumiu a distribuição de fundos para organizações não-governamentais
Desde que o PiS chegou ao poder, a comunicação social foi rebaixada de “livre” para “parcialmente livre” nos rankings anuais da Freedom House.
Na Hungria, Orbán está atolado em escândalos de corrupção decorrentes de aceitar contributos de empresários. Os membros do governo viajam em jatos particulares para participar de partidas de futebol e viagens de caça e acompanham os oligarcas do país em cruzeiros de iate de luxo. Os contratos públicos tendem a ser 25% acima do preço de mercado.
