ainda o caso das autarquias vs cientistas

Partilha-se parte do artigo do Diário de Notícias, onde chego à conclusão que não é só a Câmara Municipal da Praia da Vitória, mas é também o Partido Socialista que entende que eu, e a ciência, devem ser levadas a tribunal e a pagar 250 000 euros. Se eu estiver errado, devo pagar, mas se a ciência não estiver feita, quem pagará? Nunca pensei que um partido, históricamente defensor da liberdade, fosse creacionista e chegasse ao ponto de querer que um tribunal julgue se afirmações “têm ou não têm sustentação científica suficiente”. Não lhes basta ter alguma razão ou dúvida, tem que ser suficiente, como se a verdade absoluta alguma vez tivesse existido, mesmos nas ciências mais duras. Se não é ciência que está em causa, onde anda a liberdade de expressão?
A imagem é de uma situação semelhante, de contaminação escondida durante décadas, que ocorreu no Japão e a manifestação ocorreu em Okinawa. E que tal se lessem alguma coisa sobre esse e outros problemas semelhantes que ocorrem, especialmente, nos Estados Unidos.
A postura é exclusivamente socialista, pois o voto de protesto foi aprovado pelo BE, CDS, PCP, PPM e PSD, mas rejeitado pela maioria do PS, o que implica que o Governo também concorda com isso. Não é uma coisa de direita ou esquerda, é uma coisa, até agora, exclusiva dos socialistas açorianos, mas não significa que não cresça para outros níveis.

“A maioria socialista chumbou, por outro lado, um outro voto de protesto apresentado pelo CDS, contra a atitude “persecutória” da Câmara Municipal da Praia da Vitória, na ilha Terceira, que apresentou uma queixa em tribunal contra o investigador Félix Rodrigues, por alegada “difamação” a propósito de denúncias sobre a contaminação de aquíferos na ilha Terceira.

“A cobardia política de Tibério Diniz [autarca socialista da Praia da Vitória] fica bem desmontada na perseguição que faz a um cidadão honrado, da sua terra, um cientista reconhecido, regionalmente, nacionalmente e internacionalmente”, apontou o dirigente centrista Artur Lima, acusando a autarquia de ter uma atitude “pidesca”.

Mas André Bradford, líder parlamentar socialista, entende que a queixa apresentada pelo autarca socialista da Praia da Vitória, não tem nada de persecutório, uma vez que a lei lhe confere essa possibilidade.

“O PS percebe que assiste à Câmara Municipal da Praia da Vitória o direito de exercer a prorrogativa de perguntar ao tribunal se não concorda que as opiniões manifestadas não têm sustentação científica suficiente e prejudicam a imagem do concelho da Praia e os praienses”, esclareceu o dirigente socialista, considerando que “não há aqui nada de pidesco” ou “antidemocrático”.

O voto de protesto do CDS acabou chumbado, apenas com os votos contra do Partido Socialista, apesar do apoio dos restantes partidos com assento parlamentar (PSD, BE, PCP e PPM).”.

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