O êxito da Lusofonia CRÓNICA DE José Soares

Peixe do meu quintal José Soares

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Terminou em Vila do Porto, Ilha de Santa Maria, o 28º Colóquio da Lusofonia, que mais uma vez trouxe ao Arquipélago dezenas de pessoas de todas as áreas, academias e ciências que trabalham ou usam a Língua Portuguesa como ferramenta.
Ao longo de quase duas décadas, Chrys Chrystello tem sido um dos principais mentores deste acontecimento linguístico e sem dúvida o seu Maestro, de cuja batuta sai duas vezes por ano toda a organização de tão vasto e complexo acontecimento. Sim, porque juntar quatro a cinco dezenas de pessoas de todos os continentes do nosso planeta não é tarefa fácil, principalmente quando tudo é feito sob parcos orçamentos e mínimas comparticipações governamentais ou outras.
Os Colóquios são feitos duas vezes por ano, ora numa ilha açoriana, ora num lugar ou país lusófono. E através dos Colóquios, vieram aos Açores dois prémios Nobel.
Já aconteceram em Macau, no Brasil, em Montalegre, Porto, Bragança, Fundão, Belmonte, Lomba da Maia ou nos Moinhos do Porto Formoso, Seia, Santa Cruz da Graciosa, Lagoa, Vila do Porto, estando já marcados os próximos na Ilha do Pico, bem como de volta à bela cidade de Belmonte por insistência da sua Autarquia e ainda outros em contactos neste momento e que a seu tempo daremos conta.
Tem sido através destes Colóquios que muitas obras têm sido lançadas dos mais diversos autores(as) dando-se especial relevância aos Açores e às suas gentes.
E foi neste contexto que agora em Vila do Porto, aconteceu um novo Colóquio da Lusofonia entre 27 de outubro e 1 de novembro.
Este Colóquio ficou marcado com um evento muito especial: o lançamento de uma gigantesca Bibliografia Geral da Açorianidade, em dois volumes de 800 páginas cada. É uma obra única, inexistente nas bibliotecas até agora. Contém 19,471 entradas de tudo o que se conhece, escrito e publicado sobre os Açores, incluindo mapas coloridos, portulanos, cartas náuticas, atlas, gravuras, etc.
O autor, um “luso-australiano açorianizado” Chrys Chrystello, conseguiu assim realizar um sonho de há muito e no qual trabalhou desde 2010 até agora. Esta é assim a obra indispensável em todos os laboratórios – académicos ou outros – da ciência linguística açórica-lusa. Editou a Letras Lavadas, que mais uma vez soube reconhecer a suprema importância de acarinhar as letras açóricas.
Enriquecida com um Prefácio do Professor Doutor Evanildo Bechara, da Academia Brasileira de Letras e Posfácio do Professor Onésimo Teotónio Almeida, esta obra está condenada a ser parte da historiografia açoriana, portuguesa e lusófona.
Termino com uma referência de Onésimo: “… um trabalho notável desta natureza, exigindo a mais beneditina paciência e uma não menos persistente teimosia, não pode deixar de ser aplaudido… tanto mais que é levado a cabo por um autor não açoriano que adotou os Açores e o seu espaço cultural…”
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