Açores têm 271 cavidades vulcânicas inventariadas, cinco com visitação controlada

Os Açores têm 271 cavidades vulcânicas inventariadas em oito das nove ilhas do arquipélago, mas apenas cinco têm visitação controlada, disse hoje à agência Lusa o diretor regional do Ambiente, adiantando não estar previsto um aumento.

Fonte: Economia – Açores têm 271 cavidades vulcânicas inventariadas, cinco com visitação controlada

Açores têm 271 cavidades vulcânicas inventariadas, cinco com visitação controlada

Os Açores têm 271 cavidades vulcânicas inventariadas em oito das nove ilhas do arquipélago, mas apenas cinco têm visitação controlada, disse hoje à agência Lusa o diretor regional do Ambiente, adiantando não estar previsto um aumento.

“Neste momento, conhecidas e inventariadas são 271 em oito ilhas, com exceção do Corvo”, afirmou Hernâni Jorge, a propósito dos dez anos da abertura ao público da Gruta do Carvão, na ilha de São Miguel, que se assinala na sexta-feira e no sábado, com um colóquio, a apresentação de trabalhos científicos, um espetáculo e uma visita espeleológica.

Além da Gruta do Carvão, cuja gestão é da associação ecológica Os Amigos dos Açores, existem quatro espaços com visitação controlada: o Algar do Carvão e a Gruta do Natal, na Terceira, geridos pela associação Os Montanheiros, a Furna do Enxofre, na Graciosa, e a Gruta das Torres, no Pico, ilha que tem quase metade destas cavidades. Estas duas últimas são da responsabilidade da Direção Regional do Ambiente.

Hernâni Jorge declarou que, “para já”, não existe “nenhuma intenção de alargar o âmbito de abertura de cavidades vulcânicas”, ressalvando que este “é um processo dinâmico e evolutivo”, pelo que “poderá a prazo surgir mais algum espaço que possa ser aberto à visitação”.

Segundo dados desta direção regional, em 2015 foram pouco mais de 70 mil os visitantes a estas cavidades, passando a 107.094 no ano passado.

Já este ano, até 30 de setembro, 112.271 pessoas visitaram estes espaços.

“Estes espaços são procurados por diversos públicos, sendo que mais de 112 mil visitantes em cinco cavidades vulcânicas que estão abertas à visitação controlada nos Açores entre janeiro e setembro deste ano dão claramente nota de que a maioria são turistas em geral, na procura da experiência que é entrar na chaminé do vulcão ou passear e conhecer os tubos lávicos que foram moldados pelo percurso da lava resultante das erupções que formaram ou posterior à formação das ilhas”, declarou.

O Algar do Carvão (uma chaminé vulcânica com 90 metros de profundidade) é o mais procurado, com 51.118 pessoas entre 01 de janeiro e 30 de setembro. Segue-se a Gruta do Natal (com cerca de 700 metros de comprimento) que teve 24.219 visitantes.

Segue-se a Gruta do Carvão, com uma extensão de quase dois quilómetros, que recebeu este ano 20.376 pessoas e depois a Gruta das Torres (10.225), um “tubo lávico com cinco quilómetros de comprimento, um dos mais compridos do mundo”, refere o sítio na Internet VisitAzores.

Por fim, surge a Furna do Enxofre (6.333 visitantes). Segundo a mesma fonte, o seu acesso “é considerado único no panorama vulcanoespeológico internacional”, através de uma torre com cerca de 37 metros de altura e uma escadaria em caracol com 183 degraus edificada em início do século XX.

Hernâni Jorge adiantou que na sequência do trabalho feito pelo GESPEA – Grupo de Trabalho para o Estudo do Património Espeleológico dos Açores “no âmbito da inventariação e da caracterização das cavidades vulcânicas, é intenção do Governo Regional desenvolver um processo de regulamentação da classificação das cavidades vulcânicas em função da respetiva importância”.

“Essa importância é aferida quer pelos valores geológicos, biológicos e até estéticos em presença, quer também pela integridade que a estrutura apresenta”, esclareceu, para acrescentar que vai ser desenvolvido “um conjunto de critérios que estarão na base dessa classificação em três ou quatro grupos distintos e, associada a essa regulamentação, também implementar uma obrigatoriedade de atualização do inventário das cavidades vulcânicas dos Açores”.