crianças vendidas a americanos na Terceira

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Depois de ter lido um post de uma amiga, Dulce Bradford, sobre uma tese de mestrado da Sra. Tania Mendes, este sobre adoção pelos americanos na base das Lajes, minha memória pede-me para sentar-me e recapitular certo momento da minha infância e interessante pra mim, infeliz para meus irmãos e já passo a explicar.
Em certo fim de tarde, aqui na Praia da Vitória, em nossa casa, bate à porta um senhor official amaricano todo fardado dos pés à cabeça. Me pai mandou-o entrar, ele cumprimentou meu pai por Mr. Zeke ( Ezequiel ), e só poderia ser um sábado para estármos todos em casa. Reunimos a familia em redor de tanta ouro e prata que o senhor trazia alfenetado ao peito, “Ouvimos Senhor”. Então que queria o senhor das medalhas, comprar-me a meus pais e levar-me para as américas. Silencio se faz, olho para meus pais com olhares estranhos, e meus irmãos, a esfregaem as mãos como quem diz “ é desta cagente vai se livrar do Luizínho” (com z na altura ). Tinha a certeza que meus pais eram contra, a na ser que o dinheirinho desse e dava jeito, mas quando o senhor official começa a falar e a dizer que sempre quis um filho como eu, músico, LINDO ( feio como o caraças ) inteligente, pois na altura já tocava na base e era mais ou menos esperto na escola, segundo as minhas queridas professoras Conceição Grilho e a Dona Zulmira, e que daria todas as condições confortáveis para um melhor “future” da minha pessoa. Tudo a correr normal até ele dizer que me mandava ESTUDAR para as melhores universidades, e, logo aí olho pela janela o meu Poço D’Areia e areal, olhei pró senhor como quem diz “távas indo bem até chegares ao estudo”, decisão feita, Na vou!!! E na Vou!!! Tive de confortar meus irmãos, estes tristes com a minha decisão e uma troca de olhares com meus pais que apenas queriam o melhor pra mim, pois já me tinham livrado de na ser católico. Mais tarde vim a saber que só valia 35 dolares americanas. Se calhar mais qualquer coisa como chupa chupas e chocolates Americanos pros meus irmãos e eu fazer aquilo que mais odiava, estudar. A tese é interessante, pois só pode, pois muitos filhos foram vendidos, mas minhas senhoras e meus senhores, na sabem metade da missa. Há muito e tanto que se diga sobre aquela base. Pra uns, venderam os filhos, pra outros as mães se venderam, pra outros o parque mobiliário da Praia é jeitoso, pra outros, como eu, jogaram com as americanas Spin The Botlle, tocámos umas musiquinhas com e para os Americanos, snifámos umas colas da base que nos davam cabo do juizo, e assim estou, de regresso de uma américa sem nunca ter sido vendido por 35 dolares americanas, na altura, o dolare a 28 escudos. Belos tempos , quando roubar aos americanos não era pecado.
With Luis Gil Bettencourt I,Dulce Teixeira Bradford,Maria Bettencourt,São Garcia,Paulo Bettencourt,Robert Bettencourt
I

 

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