Realizador Francisco Manso quer fazer longa-metragem sobre ocupação japonesa de Timor

Views: 0

http://mag.sapo.pt/cinema/atualidade-cinema/artigos/realizador-francisco-manso-quer-fazer-longa-metragem-sobre-ocupacao-japonesa-de-timor?artigo-completo=sim

O realizador quer abordar um genocídio menos conhecido da Segunda Guerra Mundial, baseado no livro “O Diário do Tenente Pires”.
Realizador Francisco Manso quer fazer longa-metragem sobre ocupação japonesa de Timor

O realizador português Francisco Manso quer fazer uma longa-metragem sobre a ocupação japonesa de Timor durante a Segunda Guerra Mundial, baseada no livro “O Diário do Tenente Pires”, de António Monteiro Cardoso, disse o próprio à Lusa.

O filme de ficção pretende relatar “aquela barbaridade terrível, quando os japoneses ocuparam Timor, porque queriam depois invadir o norte da Austrália”, descreveu o realizador.

“Os japoneses estiveram muito tempo em Timor e fizeram coisas terríveis, mataram milhares de timorenses, criaram campos de concentração para os poucos portugueses que ali viviam na altura, sem defesa nenhuma, porque quando pediram armas ao Salazar, ele ficou caladinho, porque não queria ali levantar problemas”, disse.

Nesse período, “morreram milhares de pessoas”, comentou Francisco Manso.

A resistência foi garantida por cerca de 300 australianos, integrados na “chamada Força S, uma espécie de paramilitares”, que “conduziram uma luta de guerrilha espantosa contra milhares de japoneses”.

Os australianos contaram com o apoio de timorenses e também de portugueses, “que foram considerados lesa-pátria em Portugal e foram exilados em Timor, mas esses é que eram verdadeiros patriotas porque tentaram defender Timor contra uma ocupação estrangeira”.

NA SUA REDE FAVORITA

Siga-nos na sua rede favorita.

O tenente Pires, português, “morre lá”, depois de aprisionado pelos japoneses e de ter estado num campo de concentração.

A obra, acrescentou, “mostra o que aquele pequeno território sofreu ao longo de tempo, com estas sucessivas ocupações de gente musculada e bruta e de potências regionais”.

Para Francisco Manso, é “um prodígio como é que conseguiram resistir a tudo isto”.

“Espero que a ocupação indonésia tenha sido a última fase de desgraça para o povo timorense. Eles têm um lado muito sorridente. A maioria são pessoas mais novas. Sente-se que há uma esperança que paira no ar e que seria bom que não fossem desiludidos com a evolução política”, comentou.

O argumento desta obra está feito, disse o realizador, que admite que o projeto é caro e envolve necessariamente a Austrália, mas apontou 2018 como o ano para realizar as primeiras abordagens e levantamentos.

Até lá, o realizador prepara-se para, nos próximos meses, filmar em Cabo Verde a adaptação do livro “Os Dois Irmãos”, do escritor cabo-verdiano Germano Almeida, uma coprodução luso-cabo-verdiana, com participação exclusiva de atores do arquipélago e que visa projetar o cinema e o audiovisual do país.

Sobre CHRYS CHRYSTELLO

Chrys Chrystello jornalista, tradutor e presidente da direção da AICL
Esta entrada foi publicada em Timor. ligação permanente.