UMA GERAÇÃO DE PAIS ÓRFÃOS DE FILHOS

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【A CAUSA DAS COISAS】
UMA GERAÇÃO DE PAIS ÓRFÃOS DE FILHOS
Pais órfãos que não se negam a prestar ajuda financeira, dentro das suas posses.
Pais mais velhos que sustentam os netos nas escolas e pagam viagens de estudo fora do país.
Pais que cedem seus créditos consignados para filhos contraírem dívidas em seus honrados nomes, que lhes antecipam herança. Mas que não têm assento à vida familiar dos mais jovens, seus próprios filhos e netos, em razão – talvez, não diretamente de seu desinteresse, nem de sua falta de tempo – mas da crença de que seus pais se bastam.
Este estilo de vida, nos dias comuns, que não inclui conversa amena e exclui a “presença a troco de nada, só para ficar junto”, dificulta ou mesmo impede, a partilha de valores e interesses por parte dos membros de uma família na actualidade, resulta de uma cultura baseada na afirmação das individualidades e na política familiar focada nos mais jovens, nos que tomam decisões ego-centradas e na alta velocidade: tudo muito veloz, tudo fugaz, tudo incerto e instável.
O universo de relacionamento nas sociedades ditas modernas, provoca a insegurança permanente e monta uma armadilha, em que redes sociais são ilusoriamente suficientes, para gerar controle e sentimento de pertença. Não passam porém de falsidades, que mascaram as distâncias interpessoais que se acentuam e que esvaziam de afecto, mesmo aquelas que são primordiais: entre pais e filhos e entre irmãos.
O desespero calado dos pais abandonados, órfãos de quem lhes asseguraria conforto emocional e quiçá material, não faz parte de uma genuína renúncia da parte destes pais, que “não querem incomodar ninguém”, uma falsa racionalidade – e é para isso que se prestam as racionalizações – que abala a saúde, a segurança pessoal, o senso de pertença. É do medo de perder o pouco que seus filhos lhes concedem em termos de atenção e presença afectuosa.
O primado da “falta de tempo”, torna muito difícil viver um dia a dia, em que a pessoa está sujeita ao pânico de não ter com quem contar.

【A CAUSA DAS COISAS】
UMA GERAÇÃO DE PAIS ÓRFÃOS DE FILHOS
Pais órfãos que não se negam a prestar ajuda financeira, dentro das suas posses.
Pais mais velhos que sustentam os netos nas escolas e pagam viagens de estudo fora do país.
Pais que cedem seus créditos consignados para filhos contraírem dívidas em seus honrados nomes, que lhes antecipam herança. Mas que não têm assento à vida familiar dos mais jovens, seus próprios filhos e netos, em razão – talvez, não diretamente de seu desinteresse, nem de sua falta de tempo – mas da crença de que seus pais se bastam.
Este estilo de vida, nos dias comuns, que não inclui conversa amena e exclui a “presença a troco de nada, só para ficar junto”, dificulta ou mesmo impede, a partilha de valores e interesses por parte dos membros de uma família na actualidade, resulta de uma cultura baseada na afirmação das individualidades e na política familiar focada nos mais jovens, nos que tomam decisões ego-centradas e na alta velocidade: tudo muito veloz, tudo fugaz, tudo incerto e instável.
O universo de relacionamento nas sociedades ditas modernas, provoca a insegurança permanente e monta uma armadilha, em que redes sociais são ilusoriamente suficientes, para gerar controle e sentimento de pertença. Não passam porém de falsidades, que mascaram as distâncias interpessoais que se acentuam e que esvaziam de afecto, mesmo aquelas que são primordiais: entre pais e filhos e entre irmãos.
O desespero calado dos pais abandonados, órfãos de quem lhes asseguraria conforto emocional e quiçá material, não faz parte de uma genuína renúncia da parte destes pais, que “não querem incomodar ninguém”, uma falsa racionalidade – e é para isso que se prestam as racionalizações – que abala a saúde, a segurança pessoal, o senso de pertença. É do medo de perder o pouco que seus filhos lhes concedem em termos de atenção e presença afectuosa.
O primado da “falta de tempo”, torna muito difícil viver um dia a dia, em que a pessoa está sujeita ao pânico de não ter com quem contar.

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