miséria em Timor

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Se outros calam, cantemos nós.
( Trovante)
Há dois anos tive oportunidade de visitar o meu país e percorri-a de um lado a outro. Falei com as pessoas e tive oportunidade de ler nos seus olhos aquilo que não podiam dizer de viva voz. Impera a miséria extrema nas populações das montanhas bem como nas periferias da capital. Levam porrada da polícia por venderem os seus produtos na praça pública. Impossível esconder. Os ricos do petróleo e da política vivem numa bolha como se tudo estivesse bem. O mal só existe na cabeça dos que nada sabem sobre o país. Faço ficção mas a realidade excede a imaginação. Sei que é preciso dar tempo ao tempo para que tudo encontre o seu lugar. Há gente honesta, honrada e séria que procura dar outro rumo ao país. Só que já lá vão duas décadas e brevemente o petróleo seca e é o fim da fábula do kadoras. E quem lá está parece estar agarrado ao poder daqui não saio e ninguém me tira e a distribuir benesses e dinheiro como se tudo aquilo viesse do seu quintal.
NILTON GUSMÃO
O homem mais rico de Timor. Nestes últimos vinte anos Timor produziu mais ricos do que riqueza como disse o meu amigo Mia Couto sobre o drama dos países pobres. Tem um ar confiante e próspero numa terra onde a maioria da população vive debaixo do limiar da pobreza. Não há água potável e não existe saneamento básico e onde o negócio da água engarrafada é uma mina de ouro. Não sei como em tão pouco tempo enriqueceu. Certamente que não foi a virar frangos ao lado do tio durante estes últimos anos da independência do jovem país.