Views: 10
Maldito turismo!
Eu era um defensor do turismo nos Açores, mas com o que estão a fazer na nossa terra em nome do turismo só posso dizer: maldito turismo!
O Governo Regional e as Câmaras Municipais – como as de Ponta Delgada e da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel – aprovam continuadamente projectos monstruosos de hotéis, de apartamentos turísticos e afins por todos os lados, mesmo onde nunca deveria ser, prejudicando a harmonia das localidades, a beleza das paisagens, o ambiente e os recursos locais. Uma irresponsabilidade total!
O turismo tanto vem como vai. Os exemplos são vários no mundo. Quando o turismo desaparecer ou diminuir nas ilhas açorianas, à procura de destinos mais baratos e mais bem preservados, os hotéis, apartamentos turísticos e afins servirão então para lares de terceira idade, que muita falta fazem.
Existem os PDM, o Plano Regional de Ordenamento Turístico e o Plano de Marketing Turístico, mas de nada servem, porque o Governo Regional e as Câmaras Municipais de um modo geral autorizam tudo o que querem e cedem aos interesses. Os Açores mereciam melhor sorte!
Luiz Fagundes Duarte
Primeiro, destroem São Miguel. Depois, uma a uma, as restantes… E lá nos vem à cabeça a fábula da galinha dos ovos de oiro…
Quem vier por fim, que feche a porta. Ou não será necessário fechá-la, porque já não haverá nada de valor para roubar.
Anonymous participant
peonSodrtsfft81u4mttui138g61ghlm6m7310l9uc30m055aumlc2f38hm9
Estamos a perder a nossa terra e nem todos se apercebem…
É estranho viver num lugar onde crescemos e, de repente, sentirmos que já não há espaço para nós.
Os Açores estão a mudar e nem sempre para melhor.
O turismo cresceu, há mais movimento, mais divulgação das ilhas. Mas também há um sentimento cada vez mais presente: o de que estamos a ser deixados para trás.
O turismo cresceu, há mais movimento, mais divulgação das ilhas. Mas também há um sentimento cada vez mais presente: o de que estamos a ser deixados para trás.
Hoje, encontrar casa para arrendar a preços justos tornou-se quase impossível. Um T1 por 800, 900 ou até 1000 euros. E se tivermos um animal? Nem vale a pena tentar. Comprar casa então, é um sonho fora de alcance com os salários que temos.
Ao mesmo tempo, quem vem de fora compra propriedades, transforma-as em alojamento local, e os próprios açorianos vão sendo empurrados para os cantos do mercado — ou para fora das suas ilhas.
E o problema não é só a habitação. Até aquilo que sempre foi nosso está a ficar inacessível.
O Ilhéu de Vila Franca fechado. A Poça da Dona Beija a 14 e 16 euros por pessoa. Um simples banho termal virou luxo.
E a Lagoa do Fogo? Cheia de lixo. Promovemos o paraíso lá fora, mas cá dentro falta cuidado, respeito e gestão.
O Ilhéu de Vila Franca fechado. A Poça da Dona Beija a 14 e 16 euros por pessoa. Um simples banho termal virou luxo.
E a Lagoa do Fogo? Cheia de lixo. Promovemos o paraíso lá fora, mas cá dentro falta cuidado, respeito e gestão.
Pior ainda, há cada vez mais pessoas — formadas, licenciadas, com vontade de trabalhar que não conseguem encontrar emprego digno aqui.
O que é que sobra? Emigrar.
E é isso que muitos vão acabar por fazer. Porque viver nos Açores, para os próprios açorianos, está a tornar-se insustentável.
O que é que sobra? Emigrar.
E é isso que muitos vão acabar por fazer. Porque viver nos Açores, para os próprios açorianos, está a tornar-se insustentável.
Este desabafo não é contra o turismo. É contra a falta de equilíbrio.
Porque os Açores não são só um destino bonito no mapa.
São a casa de muita gente — e essa casa está a fugir-nos das mãos.
Porque os Açores não são só um destino bonito no mapa.
São a casa de muita gente — e essa casa está a fugir-nos das mãos.

Deixe um comentário