Views: 4
Via Casa dos Açores de Lisboa
Poema de Marcolino Candeias (1952 – 2016) poeta, professor, uma voz da “Geração Glacial”, natural de Angra do Heroísmo, Ilha Terceira
ROTA DE ÍTACA
Mas se tenho de partir que de novo eu parta
é talvez bem melhor do que ficarem
meus pés no cais chumbados em argola
meus olhos no horizonte ao sonho a velejar.
Que eu parta. E assuma o risco de partir
fender a bruma sobre este coração cerrada
colher num bojador espinhos perfumados
partir e não saber em que angra fundear.
Largar amarras. Ir decifrando
quantos portulanos na vida houver a decifrar.
E se no fim faltar o cais para a chegada
o mar também é terra onde morar.
Foto minha
8
Like
Comment
Share
View more comments
Urbano Bettencourt
Leitura obrigatória nas minhas aulas de literatura açoriana.