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742 dores 4.2.24
o pior de tudo são os silêncios sem fim entrecortados pelo toque dos sinos,
o pior de tudo é não ouvir a tua voz ao telefone com colegas e amigas
ou a ralhar com as cadelas
o pior de tudo é ninguém bater à porta, o telefone não tocar
e os silêncios dantescos como as sombras
como os murmúrios que ainda ouço, com as dores
o pior de tudo é a irreversibilidade e as fotos que passam não voltam
29 anos de memórias, partilhas, cumplicidades,
e uma certeza inabalável de que nada nos separaria
e nada nos separará, nem a morte traiçoeira que chegou sem ser convidada
o pior de tudo são os silêncios sem fim entrecortados pelo toque dos sinos,
o pior de tudo é não ouvir a tua voz ao telefone com colegas e amigas
ou a ralhar com as cadelas
o pior de tudo é ninguém bater à porta, o telefone não tocar
não ter quem leia os meus escritos e mos corrija ou critique
o pior de tudo é que o amanhã não vai mudar nada
e a solidão será companheira indesejada e fria
havia tantos planos, tantos projetos e a tua força inabalável
para os concluir mesmo quando já não tinhas forças
o pior de tudo são os silêncios sem fim entrecortados pelo toque dos sinos,
o pior de tudo é não ouvir a tua voz ao telefone com colegas e amigas
ou a ralhar com as cadelas
o pior de tudo é ninguém bater à porta, o telefone não tocar
e os silêncios dantescos como as sombras
como os murmúrios que ainda ouço, com as dores
o pior de tudo é a irreversibilidade e as fotos que passam não voltam