o irresponsável PEDRO NUNO SANTOS

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Eles não pagam
Hoje, dia em que está em marcha a discussão do Plano e do Orçamento na ALRAA, proponho um pequeno exercício de adivinhação aos leitores. Nomeadamente, quem proferiu a declaração que abaixo deixo:
“Estou-me marimbando para os nossos credores. Estou-me marimbando para o banco alemão, que emprestou dinheiro a Portugal, nas condições em que emprestou. Estou-me marimbando que nos chamem irresponsáveis. Nós temos uma bomba atómica que podemos usar, na cara dos alemães e dos franceses. E essa bomba atómica é simplesmente não pagamos. Ou os senhores se põem finos ou nós não pagamos. E se nós não pagarmos a dívida, as pernas dos banqueiros alemães até tremem”.
Não conseguem adivinhar? Parece coisa de irresponsável? Será de alguém do Bloco de Esquerda, não sendo de admirar se fosse? Soa a populismo?
Por muito incrível que pareça, quem disse aquilo tudo foi Pedro Nuno Santos. Sim, aquele que se demitiu há meses do cargo de ministro das infraestruturas, por causa da indemnização de dois milhões e meio de euros pagos a Alexandra Reis, administradora da TAP. Sendo que António Costa aceitou logo o pedido de demissão de Pedro, coisa que não fez com Galamba.
Sim, meus senhores, o mesmo Pedro que é agora candidato ao cargo de secretário-geral do PS, recolhendo múltiplos apoios no seio do partido. E que altas figuras socialistas já dizem ir dar um óptimo primeiro-ministro. O ponta de lança do PS que se reclama agora das “contas certas”, já propôs que nos tornássemos caloteiros.
É certo que quando Pedro disse aquelas coisas, o PS era oposição. E todos sabemos que o PS diz certas coisas quando é oposição e o seu contrário quando é poder. Mas assusta bastante que o seu provável máximo dirigente já tenha declarado que se está “marimbando” para a possibilidade de a comunidade internacional nos qualificar como irresponsáveis. Que aspecto daríamos na União Europeia, com um 1º ministro capaz de dizer “ou os senhores se põem finos ou nós não pagamos”?
Assim é fácil governar. Sem pagar a quem se deve. Seja uma casa, uma empresa, a região autónoma ou o País.
Nos Açores, foi este o espírito durante 24 anos. Com a criação de empresas públicas regionais. Com o desmando que foi nelas todas. Com a concessão sucessiva de avales. Com a compra de aviões que não voavam. Foi assim também com muitas câmaras socialistas, tomando-se como exemplo a da Praia da Vitória. Faça-se obra, contrate-se trabalhadores mesmo sem serem necessários, somem-se dívidas, quem vier atrás que leve com a porta.
E não tenhamos ilusões: se voltarem a ser governo, no País e nos Açores, será esse o espírito e será essa a prática. Chamam-lhe “estabilidade”.
Os médicos e os professores que lutam no continente por direitos que lhes continuam a ser negados, sentem-se “estáveis”? Os doentes que se atropelam nas urgências dos hospitais do continente sentem essa estabilidade toda?
Por cá, temos vivido em paz, nas escolas e nas unidades de saúde. Mas o PS vai chumbar o orçamento. Por estas ilhas, no dizer deles, há “instabilidade”. Tudo na ânsia de voltarem ao poder, para engrossarem ainda mais a dívida pública, com políticas irresponsáveis.
E se tivessem Vasco por aqui, com Pedro lá por fora, seria o paraíso. Em última instância, usavam a bomba atómica…
António Bulcão
(publicada hoje no Diário Insular)
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Tomané Rosa

Ainda bem que tens memória. Eu também tenho e, por esse motivo, lembro-me das declarações do Durão Barroso quando era militante da UDP e, praticamente, da mesma idade! Ser jovem é, por vezes, “fodido”, como é “fodido” promover uma cimeira, na minha ter…

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António Bulcão

António, que nunca te conheci por Tomané, ainda bem que te lembras de tudo o que eu fiz e disse. Não retiro nada ao meu passado. Como, espero, nada retires ao teu…
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