ilegalidades na NOVA?

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Ao que chegou a parolice da anglofilia — a acomeçar onde ela seria menos previsível: nas ununiversidades portuguesasa, que optam pelo nome em inglês,em detrimento do idioma nacional. O “liberalismo” no seu esplendor.
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« (…) A meio destas últimas férias de Verão, fiz um comentário acerca da chamada NOVA SBE, a “School of Business and Economics”, que por lei deveria igualmente identificar-se como Faculdade de Economia da Nova. Escrito no meu mural de Facebook, as minhas palavras nem por isso escaparam à vigilância da SBE e da reitoria. Assim, o diretor e outros membros desta escola apresentaram queixa contra mim junto do reitor e do Portal de Denúncias da universidade.
O reitor, por sua vez, apresentou queixa junto do Colégio de Diretores da universidade, órgão que contra mim também apresentou queixa, neste caso junto da presidente do Conselho Geral. O desenlace desta novela é ainda incerto, sendo possível que origine um processo disciplinar contra a minha pessoa. Um processo cuja sanção será determinada pelo reitor, escorado num parecer de autoria de um Conselho de Disciplina cuja maioria dos membros é determinada pelo reitor.
E qual o comentário que serve de pretexto a toda esta litigância? O comentário visou uma notícia promocional à SBE, na qual se dava conta da entrada nesta escola de mais de 1700 alunos de mestrado, 70% dos quais internacionais, com propinas mínimas de cerca de 12000€. A propósito desta notícia, escrevi – e cito na íntegra: “A Nova tem a melhor fábrica portuguesa de encher chouriços. Chamam-lhe ‘school’, mas é a mania do ‘gourmet´’ a falar mais alto. Basicamente, é o melhor negócio export do país. E, como é característico dos nossos liberais, é sustentado pelo Estado que eles tanto abominam”.
Compreendo facilmente – e digo-o sem ironia – que o diretor da SBE tenha ficado desagradado com o meu comentário. Apesar da sua proverbial popularidade, a analogia a que recorri é “deselegante”, como ele assinalou. Mas fazer da deselegância motivo para queixa e processo disciplinar não tem cabimento no quadro de uma sociedade aberta e plural, de que fazem parte a contradição e a polémica.
[José Neves, profesor universitário, “Público”, 8/10/2023]
A liberdade de opinião na Universidade
PUBLICO.PT
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Fazer da deselegância motivo para queixa e processo disciplinar não tem cabimento no quadro de uma sociedade aberta e plural, de que fazem parte a contradição e a polémica.
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Sobre CHRYS CHRYSTELLO

Chrys Chrystello jornalista, tradutor e presidente da direção da AICL
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