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Aos fins de semana, muitos utilizadores da ciclovia instalada no antigo troço da linha do Tâmega, entre Amarante e Arco de Baúlhe, fazem uma pausa na Taberna da Estação em Gatão. É ali que o amigo Serafim, notável anfitrião, lhes serve uns bolinhos de bacalhau ou uns rojões amparados em malga de verde tinto. Do outro lado da estrada, a cem metros, está a belíssima igreja de São João Baptista. Junto à igreja, o cemitério onde repousam os ossos de Teixeira de Pascoaes. Estamos a um grito da casa onde Pascoaes viveu, escreveu e recebeu os grandes do seu tempo, de Raul Brandão a Unamuno. Amarante é logo ali, sopram por estas bandas ventos que beijam o Marão, o Alvão e a Aboboreira. Somos três à mesa: Pedro Barros, o presidente do Centro de Estudos Amarantinos que no próximo dia 21 apresenta em Amarante ″A Face Romântica da Tuberculose″, o mais recente livro do grande pneumologista António Ramalho Almeida, agora jubilado, e este repórter que aqui se despede dos caminhos. O senhor Serafim trouxe os cafés para a esplanada. O gravador há de guardar memórias de um erudito amável, notável pneumologista que dirigiu os serviços do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia, deu aulas no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. A Ordem dos Médicos atribuiu-lhe, no ano passado, o Prémio Miller Guerra.