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Cerca de 150 cientistas oriundos de várias partes do mundo vão debater, de 5 a 8 de setembro, na Ilha do Faial, nos Açores, o presente e o futuro da inteligência artificial, revelou fonte da organização.
“É com grande orgulho que vejo a ilha onde nasci transformar-se num epicentro do debate interdisciplinar sobre o futuro da inteligência artificial, área à qual tenho dedicado a minha investigação”, afirma Nuno Moniz, professor na Universidade de Notre Dame (Indiana, EUA) e responsável pelo evento.
Esta conferência portuguesa sobre inteligência artificial, que vai na sua 22.ª edição, é organizada pela APPIA (Associação Portuguesa Para a Inteligência Artificial) e incluiu 17 diferentes painéis de discussão de temas, que vão da ética e da responsabilidade no desenvolvimento da inteligência artificial até à sua aplicação nas artes e na criatividade.
“O potencial da inteligência artificial é imenso e é precisamente a sua aplicação, nas mais diversas áreas, que poderá trazer importantes inovações, com o potencial de ajudar a resolver problemas urgentes da sociedade, como, por exemplo, a sustentabilidade dos nossos mares”, refere o jovem investigador faialense, radicado nos Estados Unidos da América.
Os cientistas que vão participar neste encontro pretendem analisar a utilização da inteligência artificial em novas áreas de atividade, como a medicina, o direito, a agricultura, as pescas, o turismo, a investigação marinha, a energia e os transportes, bem como noutros domínios da vida coletiva.
“Tendo em conta o impacto que a inteligência artificial tem e continuará a ter na vida das pessoas, a organização da conferência incluiu no programa uma sessão pública, aberta a toda a sociedade”, refere a mesma fonte, adiantando que a sessão irá decorrer na quarta-feira, dia 06 de setembro, pelas 19:00, na Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça, na cidade da Horta.
Também Gui Menezes, diretor do Instituto de investigação OKEANOS, ligado à Universidade dos Açores, e que também integra a organização da conferência, corrobora esta ideia, realçando que o estudo dos oceanos “exige, cada vez mais, uma abordagem multidisciplinar”.
“A complexidade dos fenómenos naturais e dos impactos antropogénicos crescentes, a evolução tecnológica e o aumento da monitorização e sensorização dos oceanos, exigem a utilização de ferramentas analíticas, de armazenamento e processamento de dados cada vez mais sofisticados e isto coloca-nos imensos desafios”, explica Gui Menezes.
Esta é a segunda vez que o arquipélago dos Açores acolhe a conferência portuguesa sobre inteligência artificial, depois de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, ter acolhido também uma edição anterior deste evento, que ocorreu há precisamente 10 anos.
O evento tem o apoio do Governo Regional, da Assembleia Legislativa dos Açores, da Câmara Municipal da Horta e da Fundação Para a Ciência e Tecnologia.
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