Moises Lemos Martins

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O real, todo o real, começa por ser um sonho na cultura, e só depois se torna uma concretização cultural. E é deste modo que é possível imaginar as identidades lusófona e ibero-americana – sonhos em travessias a fazer com a língua portuguesa e a língua espanhola.
Em 2018, referi algumas das travessias a que estive particularmente ligado:
– Comunicação e Lusofonia – Para uma Abordagem Crítica da Cultura e dos Média (2007, 2017) https://hdl.handle.net/1822/30019

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“Os subalternos podem falar?” – Os países lusófonos e o desafio de uma circum-navegação tecnológica
A globalização é uma realidade de cariz predominantemente económico-financeiro, comandada pelas tecnologias da informação. Para todos os povos, a globalização apresenta-se, hoje, como um destino inexorável, de mobilização para o mercado global, sendo única e definitiva a identidade dos indivíduos de todas as nações, doravante móveis e flexíveis (sem direitos sociais), mobilizáveis (respondendo às necessidades do mercado), competitivos (adotando a lógica da produção) e performantes (realizadores de sucesso).
Nestas circunstâncias, o espaço transnacional e transcultural dos povos que falam o Português não pode deixar de se confrontar com um desafio estratégico.
Os países lusófonos encontram-se, hoje, do mesmo lado da barricada, de países dominados, subalternos, e em permanência empurrados para a periferia da globalização hegemónica, um espaço falado numa única língua, o inglês. Por essa razão, a Lusofonia pode ser encarada como uma circum-navegação tecnológica, uma travessia, a ser realizada por todos os povos lusófonos, no sentido do interconhecimento, da cooperação, cultural, científica, social, política e económica, e também de afirmação da diversidade no mundo, uma circum-navegação que abra os confins do desenvolvimento humano.
A circum-navegação assinala, classicamente, a experiência da travessia de oceanos e a ultrapassagem do limite estabelecido, de mares, terras e conhecimentos. A circum-navegação pode constituir, pois, uma boa metáfora para caracterizar a travessia lusófona a realizar, uma travessia não apenas da cultura da diversidade e do diálogo intercultural, mas também da ciência a produzir em português.
A circum-navegação tecnológica a empreender far-se-á através de sites, portais, redes sociais, repositórios e arquivos digitais, e ainda, museus virtuais, na convicção de que uma grande língua de culturas e de pensamento, como é a língua portuguesa, não pode deixar de ser, igualmente, uma grande língua de conhecimento científico.
Foi este o sentido que foi dado à criação do Museu Virtual da Lusofonia, na Universidade do Minho, em 2017: http://www.museuvirtualdalusofonia.com/
E, de igual modo, à criação da Revista Lusófona de Estudos Culturais, em 2013: http://www.rlec.pt/index.php/rlec
E a publicações como:
– A Internacionalização das Comunidades Lusófonas e Ibero-americanas de Ciências Sociais e Humanas – O Caso das Ciências da Comunicação (Húmus, 2017): http://hdl.handle.net/1822/49365
– Lusofonia e Interculturalidade – Promessa e Travessia (Húmus, 2015):
– Comunicação e Lusofonia – Para uma abordagem crítica da cultura e dos média no espaço lusófono (Grácio, 2006):
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