como foi a construção da pista do Corvo

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Localizado ao longo da plataforma sul da ilha , o aeródromo do Corvo foi inaugurado a 28 de Setembro de 1983. Tem 860 metros de comprimento e 20 de largura.
A ideia da sua construção surgiu em 1976 e foi da autoria do então Presidente da Junta Governativa, o general Altino Pinto de Magalhães. Esta ideia terá sido divulgada pela primeira vez, durante uma viagem do general Altino Pinto de Magalhães às ilhas das Flores e do Corvo, acompanhado, entre outras individualidades, pelo Dr. Álvaro Monjardino, pelo senhor João Vasco Paiva e pelo Engenheiro José Carlos de Magalhães Cymbron (militar, hoje reformado como tenente-coronel), que viria a ser o respon sável pela coordenação da obra.
O processo não foi simples por várias razões, nomeadamente a dimensão da ilha e consequentemente da vila, a dificuldade de transportes e a dificuldade de convencer os corvinos a vender os terrenos necessários à construção da pista, pois eram considera dos os melhores da vila. No entanto, pouco a pouco as dificuldades foram sendo ultrapas sadas e a obra viria a ser efectuada, mudando para sempre o modo de vida dos corvinos.
Os trabalhos preliminares iniciaram-se. Tratou-se da logística necessária à aquisição dos terrenos, à construção de um estaleiro, à demolição de algumas habitações e à melhor maneira de fazer chegar ao Corvo as máquinas, explosivos, combustíveis e outros materiais necessários à realização da obra.
O meio escolhido para transportar os materiais acima referidos foi uma «lancha de desembarque grande» da Marinha.
No dia 21 de Junho de 1977, a LDG 202 «Alabarda» acostava ao cais do Porto da Casa, iniciando-se assim o processo de «trabalhos no terreno».
A chegada da «Alabarda» ao Corvo foi seguida por grande parte dos habitantes que se deslocaram propositadamente ao cais para verem as manobras de atracagem da embarcação e do desembarque das viaturas que nela vinham. Nos seus rostos era bem visível uma enorme satisfação, aliada ao espanto e incredibilidade, perfeitamente compreensíveis, dado que era a primeira vez que assistiam a uma operação desta envergadura.
Segundo o próprio José Carlos de Magalhães Cymbron, as maiores dificuldades surgiram com a necessidade de «desmontar, transportar, espalhar e compactar cerca de 80 000 metros cúbicos de rocha. Este trabalho era complementado por uma escavação, carregamento, transporte, espalhamento e compactação de cerca de 30 000 metros cúbicos de bagacina.
Durante a obra da construção do aeródromo, foram dados mais de 10 000 tiros, sem incidentes, com excepção de algumas telhas partidas.
Depois de concluídos estes trabalhos iniciais, houve um inter regno e os militares só regressaram ao Corvo no Outono de 1979, quando houve condições financeiras e técnicas para os prosseguirem.
Lenta, mas firmemente, a obra foi avançado e, em 28 de Setembro de 1983, foi solenemente inaugurado o aeródromo do pelo Presidente da República da altura, o general António dos Santos Ramalho Eanes.
Esta cerimónia contou com a presença das mais altas individualidades nacionais, regionais e locais, e com quase toda a população do Corvo.
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Pedro Massa

Lindas fotos lindas recordações bom dia amigo Fernando
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