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I Congresso de Jornalistas dos Açores: afirmação ou humilhação?
Nos Açores existem bons e experientes jornalistas, nos jornais, na televisão e na rádio. Há também jornalistas naturais dos Açores que exercem ou exerceram a profissão quer no Continente português quer em países estrangeiros, principalmente naqueles onde vivem comunidades emigrantes açorianas.
Há ainda no arquipélago um conjunto importante de pessoas muito categorizadas intelectualmente e tecnicamente que, não fazendo do jornalismo a sua profissão, colaboram regularmente com a comunicação social nas suas diversas vertentes, nomeadamente com artigos e comentários.
Estranho, por isso, que a maior parte dos oradores do I Congresso de Jornalistas dos Açores seja constituída por convidados do exterior destas nove ilhas, alguns dos quais nem sei se conhecem bem a realidade insular.
“(Re)pensar o jornalismo açoriano” é o mote para o I Congresso de Jornalistas dos Açores, que se realiza em Ponta Delgada, de 28 a 30 de Abril. Se o tema principal a debater, em diversos painéis de reflexão, é “(Re)pensar o jornalismo açoriano”, então ninguém melhor do que os jornalistas dos Açores para fazerem uma reflexão profunda, integrada e conhecedora do sector nestas ilhas.
Isso de trazerem para os Açores uns nomes sonantes talvez para tentar credibilizar mais o I Congresso de Jornalistas dos Açores é uma forma de auto-humilhação dos profissionais açorianos. Não faz sentido, em minha opinião. O velho ditado “santos da casa não fazem milagres” não deveria, como parece, ser seguido neste I Congresso de Jornalistas dos Açores, que deveria ser, isso sim, uma verdadeira oportunidade de reafirmação e de reconhecimento público desses profissionais, que tantos e tão bons serviços têm prestado à sociedade açoriana, à Informação e ao progresso destas ilhas.
Concordo que o I Congresso de Jornalistas dos Açores conte com participantes do exterior do arquipélago, mas, quanto a oradores, a primazia teria que ser dada a açorianos: jornalistas ou personalidades de algum modo ligadas à comunicação social regional.
Que me desculpem os organizadores do I Congresso de Jornalistas dos Açores, que muito considero, mas eu não poderia deixar de fazer esta observação.
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