Views: 1
“Era uma vez uma gestão de condomínio de um prédio em Portugal que decidiu reformar e pintar as fachadas do prédio em questão. Revistas várias propostas avançaram para a contratação da empresa unipessoal JPinturas que orçamentou toda a obra em €10,000, ao qual acresce o valor do IVA à taxa de 23%.
O Sr. José, proprietário e único funcionário da JPinturas, comprometeu-se em completar o trabalho em 1 mês. No final do mês, e tendo concluído o serviço com sucesso, o Sr. José passou a fatura de €12,300 à gestão do prédio e em troca recebeu essa quantia na sua conta bancária. Grande lucro para a JPinturas e para o Sr. José, poderão muitos pensar, mas a história não é assim tão simples. Vejamos o que aconteceu com esses €12,300 recebidos pela empresa JPinturas.
Dos €12,300 que entraram na conta da JPinturas no final do mês, €5,000 foram para pagar aos fornecedores pelo material (tintas, trinchas, andaimes, etc.) e €1,000 para custos fixos como leasing de veículo, equipamentos, contabilista entre outros. O Sr. José, o proprietário e único empregado da JPinturas, recebeu €3,000 de salário bruto pelos seus 25 dias de trabalho na obra. Pode parecer uma história com final feliz. Mas existe outro interveniente, um que apesar de não ter algum papel ativo, é fundamental para perceber o desenrolar da mesma! O Estado.
O Estado, através da cobrança de impostos, já recebeu à cabeça por esta pequena transação €2,300 de IVA, 23% sobre o valor de €10,000. Mas para além do IVA recebe também €1,050 em IRS, 35% sobre o salário bruto do Sr. José. €1,041 em Segurança Social, 25% sobre o salário bruto do Sr. José e €61 em IRC, 12% sobre os lucros de €289 da JPinturas.
No final, do valor total de €12,300 pago pelo condomínio do prédio, a empresa JPinturas ficou com €228 (2%) em lucro, o Sr. José ficou com €1,620 de salário líquido (13%) e o estado, sem ter feito literalmente nada nesta transação, ficou com €4,452 (36%). Vou repetir, dos €12,300 pagos em serviços pelas obras no prédio, a empresa JPinturas ficou com €289 (2%), Sr. José ficou com €1,620 (13%) e o estado ficou com €4,452(36%), quase 3x mais que o que o Sr. José e 15 vezes mais que a empresa JPinturas.
O Sr. José gostaria muito de contratar um outro funcionário que lhe permitisse aceitar mais trabalhos, infelizmente com margens de lucro tão baixas será impossível tal acontecer. Este ano o Sr. José provavelmente irá prescindir de férias uma vez que os lucros acumulados da JPinturas não iriam permitir estar um mês sem faturação.
Nesta história não à final feliz, à apenas a triste realidade de um interveniente, o Estado, que apesar de nada ter contribuído para esta pequena transação, ficou com 36% do valor total da mesma.
Infelizmente a história não acaba aqui, porque o Estado irá continuar a sugar a vida à economia, sacando impostos a qualquer compra que o Sr. José efetuou com o seu salário líquido, assim como taxar impostos adicionais aos lucros das empresas que forneceram o material à JPinturas! “
1 comment
Like
Comment
Share