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O turismo nos Açores navega de vento em popa com os números das dormidas a superarem pelo terceiro mês consecutivo os valores homólogos registados em 2019, ano do apogeu turístico pré-pandemia.
Em termos percentuais, as dormidas nos alojamentos turísticos na região cresceram quase 12 por cento em julho deste ano por comparação com o mesmo mês de 2019, não é coisa pouca. A estimativa do Serviço Regional de Estatística aponta ainda para uma subida de 218,8% dos passageiros de voos internacionais e de 40,6% dos viajantes portugueses.
Não seriam, contudo, necessários estes números para, empiricamente, se perceber da avalanche turística em São Miguel o que sendo bom levanta sérias questões que convém acautelar sob pena de estarmos a comprometer o futuro de um setor que é visto como a galinha dos ovos de ouro da economia açoriana.
Um passeio descontraído por Ponta Delgada, por exemplo, revela restaurantes cheios, esplanadas repletas e ruas movimentadas . Os empresários da restauração esfregam as mãos ao mesmo tempo que vão, aqui e ali, esticando os preços que se tornam excessivos para o cliente residente.
As rent-a-car, algumas, deixam-se levar pela gula excessiva e praticam preços exorbitantes que podem chegar aos 300 euros por dia! Nem no Dubai o aluguer de um carro deve custar tanto. Há alojamentos turísticos a praticar preços dignos de um hotel de 4 e 5 estrelas no coração de Manhattan, e as atividades de lazer para turistas tornam-se proibitivas para os açorianos.
Tudo isto faz lembrar o que a dada altura aconteceu no Algarve quando os empresários do setor turístico se deslumbraram com a invasão britânica ao ponto de haver menus em diversas línguas menos a portuguesa e os preços também não eram nada portugueses.
Quando o entusiasmo dos estrangeiros esfriou, o setor turístico algarvio sentiu os efeitos da ressaca e aí perceberam o erro cometido bem como a necessidade de rever procedimentos e seduzir novamente os turistas nacionais.
Um erro que pode estar a ser cometido nos Açores, esquecendo os empresários mais gulosos que a época alta é como a chama de um fósforo e o longo inverno vai precisar do consumo local e do cliente residencial. Devagar se vai ao longe, um ditado que deveria estar gravado no código deontológico do turismo, se tal existisse.
(Paulo Simões – Açoriano Oriental de 28.08.2022)
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- Pierre Sousa Lima para esfolarem a carteira dos outros estão sempre prontos.
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- Carlos Picanço é mais fácil falar mal e do que está mal do que valorizar o que está bem!
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- Jose Clemente Fernandes infelizmente parece que não se consegue sair desta forma de estar
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Carlos Picanço infelizmente, temos enraizada a história dos Romanos sobre os Ibéros, “Não se governam e não se deixam governar”. Hoje reclama-se de tudo se tem e se não tem! Sou do tempo ( Nov de 1990) em que as praias, algumas, eram frequentadas de Ju…See more- Like
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