o descalabro na educação

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Palavras sábias de alguém que tão bem representa a classe.

Parabéns

minha irmã. Não diria melhor. Demos e ainda damos tudo a uma profissão tão maltratada mas que tanto nos orgulha e nos dignifica. Que o futuro seja tão dignificante, tão bonito e tão risonho, pese embora o desprezo de tantos.

May be an image of 5 people and text that says "Próximo ano letivo alter mudanças leque Todas as licenciaturas vão permitir dar aulas NOVO Governo abre licenciados pós- Bolonha (2006) sem formação pedagógica hipótese de ensinar ENSINO Objetivoé combater alta docentes, mas muitos temem descida da qualidade quisitos minimos esta solução cientifica PORMENORES fessores, ameaça pode diminuir aestas CONFIRMAMUDANÇA NASHABILITAÇOES despacho, blica'. pedagógica seleção pria aplica último duvidas legal, "OsTe- problema que maioriadslicenciaturaspas Matemá- aurmaodiretor."
Custou admitirem que qualquer pessoa pode ser professor desde que tenha um canudo. Sou professora mas felizmente em vias de reformar-me. Graças a Deus. É a prova de que a profissão de professor pouca importância tem na sociedade portuguesa. Portanto, as próximas gerações de infoexperts não necessitam de pedagogos nem professores devidamente habilitados. É que ensinar não é dar aulas. Na faculdade, dão-se aulas, mas até lá, desde a pré até ao 12 ano, ensina-se. Aí é que tudo se torna bem mais complexo. Ensinar não é debitar conhecimento.
Como todos os professores, tivemos que estagiar, aprender a dar aulas, com didáticas e pedagógicas, fomos orientados por especialistas da educação bem mais experientes do que nós éramos quando demos os primeiros passos nesta profissão tão nobre, tivemos que ler muito sobre psicologia, sobre como cativar a criança, o adolescente para o saber, com as técnicas e os ritmos adequados a cada faixa etária e a cada aluno. Tivemos que saber planificar os conteúdos programáticos e as estratégias adequadas para os objetivos propostos. E acima de tudo, temos de gostar de estar com os alunos, temos de ser muito pacientes e ouvintes, temos que ser capazes de os orientar na vida académica que não está dissociada da sua vida pessoal e das suas emoções. Temos que ser versáteis e adaptáveis. Temos que tentar perceber o que está na base de tantos aspetos que saem do padrão. E esta tarefa é a mais difícil. Não basta debitar. Lidar com seres humanos é uma tarefa árdua e difícil. Temos que saber lidar com a frustração, não só com o sucesso. Lidar com jovens bem construídos é fácil. Não precisam de nós, professores. Esses precisam apenas de orientadores
O maior desafio da minha profissão é conseguir transformar uma frustração em Vitória, a desmotivação em alento, o desacreditar em si próprio em auto confiança, um ponto de partida débil num ponto de chegada robusto, sólido e preparado para o mundo. E isso é ser professor
Mas irei feliz. Ajudei a construir muitos jovens felizes e cidadãos de sucesso pessoal e profissional. Irei com a sensação de dever cumprido.
O futuro da educação? Não sei.
Possivelmente, um outro paradigma surgirá fruto do mundo tecnológico em que o mundo se está a tornar de uma forma dramaticamente acelerada. Então, o conceito de professor será outro ..
Fátima Hopffer Rego, Fernanda Guerreiro Rodrigues and 31 others
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    Pedro Manuel Gonçalves Tolentino

    Aqueles que tiraram a licenciatura ao domingo também podem??
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  • Georgina Caçador

    Cada vez mais nós querem ignorantes. A caminho para as novas formas de escravatura
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    • 9 h
  • Rui Veleda

    Viva o Carnaval!!! Ainda não é Carnaval??? Então viva a demagogia e a incompetência do Governo de “empurrar com a barriga”. 🙄
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    • 8 h
  • Ricardo Antunes

    Eu sou professor e sinto bem estas palavras, mas não vejo aqui o fim do mundo que alguns anunciam… eu cresci no interior de Portugal, num concelho que hoje fica a 1h da capital do país. Mas quando eu andava ciclo e até ao 9 ano, não havia professores q…

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    • 7 h
    • Ricardo Antunes

      O que eu gostaria nesta fase era de ver a discussão sobre as condições de vida e trabalho dos professores, porque essa é uma das causas deste problema. Infelizmente não vejo essa discussão a acontecer.
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      • 7 h
    • Luis Sancho

      Ricardo Antunes, nos finais de 70, inicio de 80, bastava 1 semestre na uni para poderes dar aulas..
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      • 2 h

Comentários

Um comentário a “o descalabro na educação”

  1. Avatar de António da Cunha Duarte Justo

    Como professor que fui só posso apoiar e confirmar este depoimento. Começaram por nos sobrecarregar com trabalhos burocráticos para não termos tanto tempo disponível para os alunos. A intenção ministerial era tornar-nos meros burocratas seus, distanciada das pessoas para que com o tempo se tornem apenas funções; funções a funcionar para sistemas anónimos; e para tal não os ensinar a pensar porque isto dificultaria um sistema interessado em só dar ordens. Estamos a ser instrumentalizados para que a sociedade europeia se adapte à chinesa. Os objetivos desta política edcolar já foram determinados a nível de ONU, nos anos noventa, tal como a indoutrinacao do sexo na escola. Só que nos andares de baixo não se nota o que se passa nos andares de cima, vivendo da ilusão que se vive em democracia.

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