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May be an image of text that says "SAPO TUDO 24 Hoje dia foi assim Menu Ο sapo eo escorpião Acho Que Va António Carlos Cortez distinguido com Grande Prémio de Poesia APE MadreMedia/ Lusa 11jul 2022 17:26 Atualidade o escritor António Carlos Cortez foi distinguido hoje, por unanimidade, com o Grande Prémio de Poesia Maria Amália Vaz de Carvalho, pelo livro "Diamante", anunciou a Associação Portuguesa de Escritores (APE)."
Nem podia ser de outra maneira. Mais vale celebrar a forma como este colégio de medíocres vai cerrando fileiras e se organiza nesta farsa, com a triste opereta a prosseguir numa marcha castigada, tudo impelido por uma respiração invisível, como se alguém estivesse do outro lado, a assistir e a acreditar, acompanhando por meio destas notícias compostas pelos próprios e que alguma Lusa faz o favor de introduzir no caudal burocrático das informações irrelevantes, publicando em diário da república dos estarolas as promoções entre carcereiros, estes que se vão fazendo pagar assim por umas existências sem contraparte, esvaziadas de propósito. Com tudo isto, a literatura vista de fora não parece outra coisa além desse abandonar do navio, enquanto os que ficam assaltam o recheio, atacam as carnes frias no refeitório onde antes não passavam de serventes, reinam alegremente enquanto a coisa afunda no desinteresse e até desdém dos leitores. Mas ali estão, como retardados babando sobre coroas de papel, produzindo umas obrinhas absurdamente estéreis, conservando o antigo hábito da vaidade, e costumando-se a essa missão de pataratas inúteis, chapinhando e depois esbracejando à medida que o salão vai ficando submerso. É a tal literatura que há muito foi preconizada enquanto resíduo de todas as desistências e abandonos, quando os restos da festa alimentam os piores sabujos. E isto resulta necessariamente numa coisa vulgar, “hipócrita, falsíssima, e que não exprime nada: nem a tendência colectiva da sociedade em que vive, nem o temperamento individual do escritor. Tudo em torno dela se transformou, só ela ficou imóvel. De modo que, pasmada, absorta, nem ela compreende o seu tempo, nem ninguém a compreende a ela. É como um trovador gótico, que acorda dum sono secular numa fábrica de cerveja” (Eça de Queirós). O pior é que se estes palermas se celebram no seu falso êxtase, logo depois, quando se confessam e desabafam num plano mais íntimo, reconhecem o incómodo com que participam nestas estopadas, dizendo que só não querem sair da linha e denunciar aquilo tudo para não terem de se maçar, quando a verdade é que são cúmplices e estão à espera que chegue a sua vez. Neste caso, o júri integrou os “professores, escritores e ensaístas” Carlos Mendes de Sousa, Cristina Robalo Cordeiro e José Viale. Eles sabem os compromissos que lhes são necessários assumir para se manterem bem cotados nesta hierarquia de pelintras. Não se distinguem de outros tantos canalhas, mas conseguem que mesmo as raras intervenções meritórias que tenham em algum momento praticado sejam logo esquecidas face a este modo de subserviência.