poema para amanhã

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in crónica do quotidiano inútil chrys c 1972

I. 343.1. (dia de fiéis) (novembro 2, 1971)

 

 

parado, com respeito de vivo

por entre veneradores de memórias-saudade

observo as faces humoradas das pessoas anónimas

sinaleiros uniformizados regulam o trânsito

param com um sorriso malicioso nas pupilas brilhantes

com corpo de adormecer estrelas passa uma figura impante de formas

os carros param, há comentários

brilham sóis no sexo das pedras pisadas

e lá dentro no cemitério do “eterno repouso”

nem um só morto se moveu dentro do caixão.