SEM ELE NÃO HAVERIA TIMOR

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ADEUS A MAX STAHL
«Nós, os seres humanos, quando vivos,
ainda nos vemos uns aos outros.
Separados pela cortina da morte,
só à noite em sonhos é que as almas
se encontram. Nós, os seres humanos assemelhamo-nos à água do bambu.
Tombando vaza-se
e não se consegue mais retê-la.»
Canto fúnebre (Bai méti)
Recolha oral de Manuel Costa Alves.
Max Stahl achava-se a 12 de Novembro de 1991 no Cemitério de Santa Cruz em Díli .Todos os sete dias depois do funeral se cumpre em Timor-Leste a cerimónia das Flores Amargas, o dia Ai Funan Morok. Naquele 12 de Novembro muitos timorenses iam a caminho da igreja de Motael para a missa de sufrágio de Sebastião Gomes.Devido aos massacres à volta de Max Stahl era a debandada, a multidão passou por ele derrubando-o e pisando-o. Abrigou-se agachando-se como outros timorenses entre os túmulos no meio do pó e dos gritos que feriam o ar. Dali via os vultos dos soldados e do informador a aparecer aqui e ali entre os túmulos. Antes de ser preso , Max Stahl, que tinha filmado o massacre ,conseguiu esconder o filme enterrando-o num túmulo recente. O filme correu mundo revelando a guerra genocida levada a cabo pela tropa indonésia em Timor Leste.
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O jornalista britânico e timorense Max Stahl, que filmou o massacre de Santa Cruz, em Díli, em novembro de 1991, morreu esta quarta-feira num hospital da cidade australiana de Brisbane, vítima de doença prolongada, confirmou à Lusa fonte familiar.
Condecorado com o Colar da Ordem da Liberdade, o mais alto galardão que pode ser dado a um cidadão pelo Estado timorense, Max Stahl viu-lhe atribuída a nacionalidade timorense.
Christopher Wenner, que começou a ser conhecido como Max Stahl, iniciou a sua ligação a Timor-Leste a 30 de agosto de 1991 quando, “disfarçado de turista”, entrou no território para filmar um documentário para uma televisão independente inglesa.
Entrevistou vários líderes da resistência e, depois de sair por causa do visto, acabou por regressar, entrando por terra, acabando, a 12 de novembro desse ano por filmar o massacre de Santa Cruz.
(in TSF)
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  • Fátima Hopffer Rego

    Um herói que deu a conhecer ao mundo as atrocidades que o povo de Timor Leste vivia há muito e apenas conhecidas pelo seu heroísmo ao divulgar as atrocidades no Cemitério de Santa Cruz. Descanse uma merecida paz na companhia do Senhor. 🙏