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Vamos por partes. Primeiro, e para sermos minimamente justos, convém deixar claro que o que nasce torto tarde ou nunca se endireita. Eu sei que sou chato, mas o mal, original, está nas estratégias de combate à pandemia, o fascismo sanitário, que pura e simplesmente destruiu o tecido económico e social, das sociedades ocidentais, dando primazia ao confinamento social e ao lucro dos grandes fundos financeiros internacionais, que by the way são os donos e acionistas das grandes farmacêuticas, em lugar de colocar em primeiro plano a dignidade da vida humana. Esse foi o pecado original. Depois veio a bazuca europeia. Uma espécie de má consciência da União que envergonhada, ou talvez não, com a sua impiedade decide despejar dinheiro sobre os estados qual Maria Antonieta despejando croissants sobre os famintos. Só que este não é um dinheiro qualquer. É dinheiro com rótulo e morada. Ao contrário dos EUA, que passaram cheques com fundo aos cidadãos, a UE diz-nos como quer que gastemos o seu dinheiro. São euros transitáveis energética e digitalmente, como se fosse possível, como já disse antes, transitar digitalmente um sorriso, ou um pastel de Belém… A partir daqui a coisa só podia correr mal. O que as empresas e os trabalhadores precisam é de apoios à tesouraria, ajudas com as moratórias e os empréstimos e não de burrocracias e outro tanto rol de candidaturas e formulários, numa labiríntica e infindável maratona de processos, dignos de um qualquer Kafka da contabilidade organizada. Era mais ou menos claro, para qualquer espectador atento que isto ia dar no que deu, um corridinho sujo de compadrio e amiguismo digno da melhor tradição do luso-preguicionismo. Esta vitamina nunca esteve destinada ao cidadão, a bazuca nunca esteve apontada ao café da esquina, ao pequeno restaurante, à mercearia do bairro, ou ao pequeno e médio empresário cujo direito ao trabalho foi discricionariamente expropriado, sem apelo nem agravo, pelo fascismo sanitário. Estes milhões são, como sempre foram, para os corporativistas da praxe, Câmaras de Comércio, associações e outros mineradores profundos de fundos comunitários. Os fundos perdidos são a cocaina da empresário tuga. Agora, cá, estamos metidos neste imbróglio das “agendas mobilizadoras” uma espécie de Clube de Bilderberg da Calheta de Pêro de Teive que, em modo reunião maçónica, se abarbatou a cento e tal milhões de euros. E isto é só o início, que ainda há muitos mais milhões iguais para mamar… Quanto as consequências políticas, parece haver um consenso na decapitação de Bastos e Silva que nem o Presidente do Governo parece querer contrariar, pela minha parte queria só salientar que se tal acontecer será uma vitória do Arturito da Terceira e da sua entourage uma vez que Bastos e Silva, ao que consta, é o único no Concelho de Governo que bate corajosamente o pé ao Vice da Terceira. Seria bom que todos percebessem isso antes de pedir a cabeça do secretário das finanças como fez o rapaz dos animais. Do ponto de vista económico e social não há muito que se consiga fazer, o jogo esta minado e o sistema corrompido, para mudar as regras só com uma pequena revolução e uma mudança radical de protagonistas, tanto na política como nas empresas. Trocar os atuais amanuenses do interesse próprio por cidadãos livres, que pensem no bem público antes do seu… quando foi para defender direitos, liberdades e garantias não fomos muitos a sair à rua, talvez agora que mexe com muitos milhões mais algumas pessoas se sintam no dever de reivindicar a decência e a moral nos processos públicos. Basicamente, merecíamos políticos, e capitalistas, melhores, mas essa mudança começa em cada um de nós. ![✊](data:image/png;base64,iVBORw0KGgoAAAANSUhEUgAAABAAAAAQAQAAAAA3iMLMAAAAAnRSTlMAAHaTzTgAAAALSURBVAgdYyARAAAAMAABCudIFAAAAABJRU5ErkJggg==)
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