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O eleitoralismo básico tem destas coisas, muita vez, e cada vez mais, corre muito mal. Os mais atentos sabem que a gestão camarária da cidade da Lagoa está longe de ser o mar de rosas que o PS/A andou estes anos todos a tentar passar. Em particular os últimos 4 anos deixaram muito a desejar, com uma execução de verdadeiras intervenções com impacto positivo no concelho baixíssima, com quase tudo dependente do governo e de externos, e com uma propaganda à boa maneira socialista nos Açores.
É portanto normal que chegados ao final do mandato haja uma tremenda preocupação por parte de quem tem de se manter no poder a todo o custo, dado que os outros voos que o partido poderia proporcionar são agora muito mais curtos. O povo não é tolo e sabe bem que se fez pouco. Tendo isto em mente, embarcaram numa senda de cosmética e propaganda tendo em vista convencer os Lagoenses que fizeram muito, tendo de facto feito muito pouco. Pouco demais para um concelho com tremendo potencial da Lagoa.
A baía de Santa Cruz está para a Lagoa e para a gestão socialista do concelho, como a SATA esteve para a Vasco Cordeiro. É assim uma espécie e mais uma mancha que teima em não sair da já encardida governação. É a total absurdidade e falta de competência em requalificar um dos mais importantes polos de atratividade do concelho. É já uma piada quando surge, pela milésima vez, mais um anúncio de um projeto qualquer para a zona, normalmente em período pré eleitoral. Foi assim em 2017, com zero concretização, como já tinha sido anteriormente, e, portanto, não é de estranhar que a pressão para se fazer algo naquele espaço seja muita, ainda mais quando em 4 anos fez-se zero.
Assim, lá arranjaram um projectozinho que “lavasse a cara” a um espaço em total abandono. Lá conseguiram que um governo incompetente no que diz respeito ao ambiente classificasse tal obra absurda de “interesse público” e, “com a prata da casa” lá se puseram a tentar maquilhar o espaço com uns bocado de madeira e umas árvores. Taparam o tubo que serve de escape de emergência a uma estação elevatória de águas pluviais para ninguém ver. Afinal de contas fica feio, e é para isso que serve a cosmética política. Tubo esse que não posso acreditar que tenha sido referido no processo de emissão de pareceres por parte das várias autoridades competentes, caso contrário nada disso poderia ser aprovado.
Ora bem em tempo útil foram avisados da situação de diversas formas, bem como outras autoridades competentes que incompetentemente e inexplicavelmente nada fizeram. É do mais elementar bom senso saber que não vêm coisas boas nas descargas de águas pluviais, e muito menos faz sentido tomar banho no meio delas. No entanto, a cosmética trataria disso tudo, “o povo sabe lá”! Eleições à porta, não há tempo para minudências e não há nada que uma retroescavadora não resolva.
Acontece que a obra não durou 10 dias. Com uma pequena chuva e uma alegada avaria de uma estação elevatória lá tiveram de interditar a zona a banhos dadas as evidências de risco de contaminação com coisas pouco boas para crianças andarem a tomar banho. Sendo que a contaminação, diz o próprio comunicada da câmara, é originada no tal tubo tapado com pedras pelas retroescavadora (na verdade foi uma giratória, mas a palavra retroescavadora é mais bonita, perdoem-me a liberdade literária…). Caricato é que tal operação de cosmética foi documentada, noticiada e informada formalmente. Ninguém fez nada.
Agora é apurar responsabilidade políticas de tal conjunto absurdo de asneiras e de desespero pela manutenção do poder, se é que não há outras responsabilidades a apurar. Mas uma é evidente, politicamente o povo em Outubro falará, isso se não houver o mínimo de bom senso e pudor com uma natural demissão.
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