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VOCÊ ACREDITA? EU SIM PORQUE ESTIVE LÁ!
Terá de ler até ao fim para ver a impressionante imagem …
Gogolá, uma estreita língua de terra com cerca de 3 Km de comprido, por 300 m de largura, é um enclave continental, frente à ilha de Diu, separado pelo estreito de Chassi. Foi conquistada ao território de Junaghar ainda em 1535, ano da ocupação de Diu, conquista essa por razões de protecção avançada a Diu. De imediato se constrói um pequeno forte. Gogolá também era conhecida por Vila dos Rumes, pois antes da posse dos portugueses aí se abrigavam os mercenários que apoiavam o senhor da região, o russo-tártaroMeliqueYaz, às ordens do sultão de Cambaia. Muitos aqui foram heróis. Quando do primeiro cerco a Diu, em Junho de 1538, a guarnição portuguesa de Gogolá, de 50 homens liderados por Francisco Pacheco foi a primeira a defrontar o numeroso exército dos agora aliados CogeSofar e SuleimãoPaixá. Este assaltou a pequena fortaleza com 700 janísaros, a elite dos exércitos otomanos. Dispunham os portugueses no forte de Gogolá de apenas uma peça de grande calibre, contra muitas dos moiros. A resistência fez corar de vergonha a força dos janízaros, Numa brecha da muralha dois jovens, colocando-se lado a lado, conseguiram suster o ataque por algumas horas, sem nenhum janízaro os conseguir passar, o que fez com que o desconforto se instalasse na suposta “tropa de elite” turca. Mas os cerca de cinco mil turcos, ao fim de 2 dias, levam de vencida a resistência dos portugueses, A todos eles, Suleimão mandou degolar, atirando os corpos ao mar. A corrente levou-os para junto da fortaleza de Diu o que pareceu um sinal divino para a católica guarnição que lhes deu uma merecedora sepultura cristã. E Diu foi portuguesa por quase cinco séculos. Mas fiquemos por aqui. A novidade é que do outro lado da fronteira, terra que nunca foi portuguesa, porque do sultão de Cambaia, ainda somos lembrados pela entrega e coragem. Inaugurou agora o Governo local uma “guest house” para os seus convidados e qual não é o espanto? No centro do circular jardim rodeado de bonitos canteiros, colocam a conhecida estátua do Infante D. Henrique e ao hotel chamam-lhe de “O Mágico do Mar”, escrito em português.
José Bárbara Branco
Recordo, ao sair do hotel Magico do Mar e passar o portão da fronteira de acesso a Gogola’ (a nossa antiga fronteira) onde permanece um posto de guarda, um dos polícias que o guarnecia, já idoso e barrigudo, se nos dirigiu, dizendo em Português correcto: “São Portugueses! Eu também era mas aqueles “gajos” vieram e tudo acabou!” Depois de terminado o seu serviço, tornou-se nosso guia durante dois dias, verdadeiro amigo que nos levou a sua casa, apresentou-nos a família e, expondo-nos na varanda, dizia a todos os passantes, seus conhecidos: “São Portigueses!!”