A DIFERENCA QUE FAZ UM L EM VASCONCELOS |

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A DIFERENCA QUE FAZ UM L EM VASCONCELOS |
Penso ser da mais elementar justica que entremos, vocês e eu, com aquele amargo de boca no fim-de-semana. Não me sentiria bem se guardasse esta azia no fundo do corpo quando podemos, juntos e solidários, carregar este pesado asco. É também uma excelente forma de incentivarmos o consumo de vinho, contribuir para o PIB nacional e ajudar alguns produtores alentejanos que, eventualmente, ainda não tenham umas estufas recheadas de nepaleses.
Nuno Vasconcellos nasceu no seio de uma família rica. Se assim não fosse, seria só VasconceLos. O segundo L marca todo o percurso de vida.
O Vasconcelos estudaria em Arroios e se “tivesse boa cabeca”, tiraria um curso numa pública, chegando a quadro médio de uma empresa qualquer. Daquelas que nem notam quando uma pessoa morre. Já o VasconceLLos, com boa ou má cabeca, foi colocado a estudar no “estrangeiro” e pediu dinheiro da família para criar uma empresa de investimento.
As empresas de investimento são os ferros em brasa do capitalismo. Compram coisas que não valem nada e vendem-nas por mais dinheiro. Criam riqueza sem produzirem algo palpável. Transformam ricos em milionários. Nascem como cogumelos em ramificacões dentro de sociedades, com sedes nos mais diversos paraísos fiscais. Compram accões, recolhem dividendos, vendem posicões, acumulam capital. Não trazem grande desenvolvimento à sociedade mas, são legais. É o mercado, estúpido! Dizem-me economistas de referência na nossa praca.
Toda este hora que poderão ver aqui é um verdadeiro tratado:
Mariana Mortágua tem sido brilhante nas sucessivas comissões do BES. Tentou durante uma hora fazer 3 perguntas, apenas. Repetiu, refez, usou sinónimos. Nuno Vasconcellos, que fugiu para o Brasil com parte do calote deixado no BES e que hoje é cidadão brasileiro, colocou-se sempre na posicão de quem nada devia.
Não se lembrava de todas as empresas que geria nem dos fundos que tinham. É natural. Quando se “administram” 100 empresas de compra e venda de oxigénio, é natural não saber os nomes e paraísos fiscais delas todas. Tudo, ou quase, feito em regime de crédito, com a clássica via verde de Ricardo Salgado, e que, tal como os restantes, no dia em que o BES caiu, se percebeu que não tinha garantias pessoais que cobrissem o calote.
Nuno VasconceLLos vive hoje uma vida de luxo no Brasil, algures num bairro chique de São Paulo, numa casa toda supimpa com piscina. Já tem participacões em mais não sei quantas empresas (13 em 2019), vai recolhendo dividendos como fazia nos tempos do BES e, pelo que a imprensa local relata, também já distribui uns calotes pelo povo irmão. Só para os brasileiros saberem que nem todos os portugueses se chamam Manuel e fazem pão. Ah, valente!
Disse, durante aquela hora que valeu mais alguns cabelos brancos à Mortágua, que nem ele ou a família têm qualquer dívida ao BES. A Ongoing tem, não ele, que saiu da administracão em 2016. Da mesma forma que, se a dívida foi comprada pelo Novo Banco, então…já não é dele.
Eu achei esta parte brilhante. Cuspi um pouco do café que tinha na boca mas, reconheco, é brilhante. E sabem qual é a pior parte? É que ele tem razão. Para não termos chegado ao ponto de este gajo, sentado a 10 000 km, poder estar a gozar connosco em direto na ARTV, teriam as autoridades, assim que o BES caiu e se verificou que a dívida não seria paga, que ter colocado o menino Nuno na Carregueira. E enquanto isso, o BES falia (de facto), o erário público cobriria os depósitos (de todos os VasconceLos só com um L) e o Nuno e demais devedores, teriam ficado a brincar ao monopoly nas horas do recreio lá na Carregueira. O Salgado também brincava e não lhe davam acesso ao cartão de “você está livre da prisão”.
Ora, como nada disto aconteceu, o Vasconcellos pode estar tranquilamente a divagar uma hora, responder a zero perguntas e ainda passar por ofendido. A dívida que ele fez é agora um problema nosso e ele, por via das dúvidas e por saber que no Brasil fala-se menos e dispara-se mais, já arranjou segurancas e um carro blindado. Um porsche, que o dinheiro só fica curto para pagar dívidas. São estes os problemas do Nuno nos dias de hoje. Já os calotes da Ongoing, de facto um transtorno, mas para a Mortágua, para a comissão, para o parlamento e eventualmente, para vocês.
É para cobrir as dívidas de gente desta, que nem as reconhece, que depois o Estado Português te faz preencher 136 requisitos para acederes ao RSI quando já não tens emprego, casa ou comida.
A propósito…sabem quem é que nunca pia nestas comissões? O pastor da igreja universal do reino dos ciganos. Ele há coincidências…
Bom fim-de-semana rapaziada. Se o calor apertar e na praia forem obrigados a usar máscara, refresquem-se na piscina de casa.
Deixem de ser pobres.
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Sobre CHRYS CHRYSTELLO

Chrys Chrystello jornalista, tradutor e presidente da direção da AICL
Esta entrada foi publicada em AICL Lusofonia Chrys Nini diversos. ligação permanente.