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RESTRIÇÕES À CIRCULAÇÃO:
Tenho-me abstido de comentar decisões da Autoridade Regional de Saúde em respeito e valorizando o trabalho de quem tem que tomar decisões difíceis e muitas vezes impopulares num contexto de tamanha imprevisibilidade.
Existem erros com certeza, mas só não erra quem nada faz. Contudo, a capacidade de reconhecer erros e estar aberto a sugestões de alterações continua a ser uma dos principais sinais de inteligência e sabedoria do ser humano.
Bairrismo à parte, as recentes decisões sobre circulação entre freguesias da cidade de Ponta Delgada leva-me a concluir pelos facto de serem 3 pessoas residentes na Ilha Terceira a tomarem decisões sobre Ponta Delgada e São Miguel sem terem o natural conhecimento de quem vive diariamente nesses locais.
A existência de regras diferentes para as freguesias de São Pedro e São Sebastião e a respetiva explicação de não extensão a Fajã de Baixo e S. Roque por existir uma circular a fazer uma separação física de S. Pedro como essas, é um exemplo claro daquilo que refiro. Em vastas zonas da cidade de Ponta Delgada, as divisões entre as freguesias do centro fazem-se em modo que, de um lado da rua é uma freguesia e do outro lado outra freguesia.
Na minha modesta opinião, o controlo do surto localizado em São Pedro teria sido mais eficiente com uma fiscalização regular de cerca uma dezena de bares/tabernas ou locais públicos onde não se está a cumprir as regras de ajuntamentos e distanciamentos. Se não sabem quais, perguntem ao Presidente da Junta de Freguesia. Para tal, bastaria uma ação concertada entre PSP, Polícia Municipal, GNR e Polícia de Trânsito (que neste últimos dias tem se multiplicado em ações de fiscalização e controle de velocidade, importantes sem dúvida. mas com certeza não tão prioritário nesta altura)
Sobre a provável aplicação de proibição de circulação entre concelhos de São Miguel nesta Páscoa, também não posso deixar de referir que, sem desprezar as questões de saúde, não faz muito sentido a “mudança de regras a meio do jogo”. Esta Páscoa é para todo o sector HORECA um ligeiro paliativo para os males que estão a sofrer à cerca de um ano, pelo que em lugar de proibição de circulação, seria muito mais eficaz controlar e fiscalizar as restrições em termos de capacidade máxima de estabelecimentos.
Alguns turistas continentais escolheram esta época para passarem alguns dias em S. Miguel. Para o Governo da República, estes casos estão nas poucas exceções de limitações a nível nacional, para depois quem vier a Ponta Delgada ser depois proibido de circular pela ilha. Não faz sentido e vai gerar com certeza grande descontentamento sobre um público que, infelizmente, vejo muits apontarem como “inimigos”, esquecendo que são cada vez mais importantes para assegurar muitos empregos na região.
Este escrito já vai demasiado longo, mas seria difícil sintetizar tanto em tão pouco.
Sei que serei criticado por muitos, mas limito a dar uma opinião de um açoriano livre que espera contribuir, como muitos outros, para o bem da nossa terra, tentando fazer critica construtiva e apontando possíveis soluções e não só os problemas.
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- ActiveSubscrevo na íntegra! Uma análise lúcida e desassombrada que merece ser lida e refletida por quem decide! Parabéns!
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