Feita uma análise aos números agora divulgados pelo SREA e INE, relativamente ao desemprego em 2020, verifica-se que o sector da Administração Pública está a absorver uma larga maioria de empregos, enquanto os transaccionáveis estão a empregar menos.

Mantém-se, portanto, a tendência de que o orçamento público ainda é o motor para a criação de empregos, apesar de alguns sectores privados, como a construção, absorverem algum.

Temos assim que no quarto trimestre de 2020 a taxa de desemprego (5,5%) diminui relativamente ao trimestre anterior (6,7%) finalizando com um valor médio do ano de 6,1%, abaixo da média nacional (6,8%) e da média da Madeira (7,9%).

Continua a sentir-se o efeito das políticas nacionais para o emprego (lay-off e similares) e das políticas activas para o emprego dos Açores.

Olhando para a decomposição dos efeitos, por actividade, a variação homóloga de 3,9% advém de uma diminuição dos sectores produtivos da agricultura e pescas (-3,7%), da indústria, (-2,9%) e dos serviços (+5,3%).

Na indústria, as transformadoras caem 11,6% e a construção sobe 11,6%.

O aumento dos serviços é composto pelo declínio no comércio (-6,1) dos transportes (-1,4) da hotelaria e restauração (-25,4) e aumentos nos serviços administrativos de apoio (+0,2) dos serviços da administração pública (+15,7%), da educação (14,3%), da saúde (+5,7%) e de outras áreas (+1,6%).

Assim, segundo estes dados, as áreas da administração pública crescem cerca de 4.000 activos, prioritariamente nas áreas administrativas e da educação, menos do que na área da saúde, anulando, com actividades não transaccionáveis as quebras da actividade privada reprodutiva transaccionável.

Aprofunda-se, assim, a dependência da actividade económica dos Açores dos sectores não transaccionáveis movidos pelo orçamento público.

A taxa geral de desemprego (6,1%) decompõe-se em 6,3% para os homens e 5,8% para as mulheres.

A subutilização do trabalho aumentou 1,2% com uma diminuição de 19,1% entre os homens e um aumento de 25,6% nas mulheres.

O.C.