A pandemia em Rabo de Peixe José Gabriel Ávila

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Crónica Rádio Atlântida 1 fev 2021
A pandemia em Rabo de Peixe
A pandemia continua na ordem do dia, e atrelado a este problema a cerca sanitária em Rabo de Peixe. Pelos vistos a solução não está a resultar. Não houve baixa significativa do número de infetados, como era de esperar e há grandes inconvenientes para quem não está doente e mantém-se confinado em casa e à localidade.
A solução para o inevitável contágio, já todos a conhecem, mas o governo e os autarcas demonstram teimosia e insensibilidade ao não retirarem as pessoas infetadas de casa e as isolarem noutros locais. Como foi feito no início da pandemia. Por que não se toma essa decisão? Não entendo.
A situação em Rabo de Peixe sendo um caso de saúde pública, é simultaneamente uma questão de proteção civil.
As autoridades demoram tanto a resolver o assunto!… Parece que preferem mantê-lo em lume brando, até que a situação assuma proporções incontroláveis. Depois será a caça às bruxas, Deitar as culpas a este e àquele por terem sido imprevidentes, pouco cuidadosos e não sei mais o quê.
É tempo de as autoridades regionais, nomeadamente o Presidente do Governo, explicar porque não isola os infetados em instituições adequadas, eventualmente hoteleiras, e se estas se recusarem, há legislação que impõe requisição civil em favor de um bem maior. Não estamos em tempo de ceder a lóbies. Muito menos se deve desculpabilizar as entidades locais que já deveriam ter tomado medidas atempadas e adequadas para a resolução deste problema.
A cerca e o confinamento geram problemas psicológicos, familiares e sociais para quem está de boa saúde. Há pessoas completamente cercadas dentro de quatro paredes, sofrendo dentro de portas, o isolamento social e a eventual discriminação dos vizinhos. Quem tem o vírus em casa, espalhado por um agregado familiar numeroso, que cuidados médicos e de enfermagem lhe são prestados presencialmente? Se o número de internados no Hospital com pandemia é reduzido, quem acompanha presencialmente essa gente ? Quem presta assistência social a essas famílias?São questões que merecem resposta.
A pandemia em Rabo de Peixe, parece ter-se tornado inevitável, porque ainda não se fez tudo para resolver o problema. Doa a quem doer, esta é que é a verdade, tão cristalina como os problemas da pobreza que acompanham há dezenas e dezenas de anos, tantas e tantas famílias da zona piscatória.
Perante estas verdades indesmentíveis, impõe-se medidas a sério, antes que desgraças maiores surjam. E depois não se venha com desculpas de mau pagador…
José Gabriel Ávila
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