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Crónica 378 tempos difíceis 15.1.2021
“O homem moderno tem o relógio mas um tuaregue tem o tempo. “Vós tendes tudo, água em abundância e não parais de vos queixar, num frenesim de posse. No deserto não há pressa e a água falta, mas ninguém se queixa” (Moussa Assarid)
Os tuaregues (os senhores do deserto ou os senhores azuis índigo do deserto) são um povo nómada do Saara (3,5 milhões de almas que professam o islamismo). São livres, sem donos nem líderes.
Escrevo em vésperas de eleições e há dias li “Se as eleições mudassem alguma coisa, eram ilegais” e talvez seja mesmo verdade, elas limitam-se a dar ao povo a aparência de liberdade e de voto. Os DDT (donos disto tudo) já decidiram há muito o nosso futuro e os seus capangas andam convencidos que mandam alguma coisa, seja nos EUA ou na Venturalândia.
Entretanto, vamos entretendo as massas com estatísticas, pandemias, confinamentos mas sempre com fado, futebol e Fátima (que esta trilogia nunca pode faltar à mesa de português que se preze).
Como a cultura não dá votos, tudo que é cultura fica confinado, mas as igrejas que não são cultura (eu pensava que eram) ficam abertas ao culto.
Fecham-se ginásios que o desporto faz mal à saúde, mantêm-se distâncias físicas nos aeroportos mas nos aviões o vírus não ataca e vão todos enlatados como sardinha.
Em São Miguel mantêm-se fechados creches e amas, jardins de infância, centro de atividades de tempos livres e centros de inclusão social, centros de atividades ocupacionais e centros de atendimento e acompanhamento social/pessoas com deficiência, transporte adaptado e centros de dia, pois o vírus não tolera o ser social nem sociável e para progredir tem de os isolar..
Nos Açores fecharam as escolas pois como os resultados são tradicionalmente maus ninguém nota a diferença, Como disse Thomas Sowell “Se queres que os pobres permaneçam pobres, geração após geração, mantém baixos os níveis de escolaridade e culpa os alunos pelos maus resultados”
Em Portugal mantêm-se abertas as escolas com gente a tiritar de frio, a ver se mais professores se reformam prematuramente diretamente para a cova, sem vacina Covid que sempre se poupam nas reformas e os novos professores (que não há nem haverá) sempre ficam mais económicos.
Na Universidade dos Açores não há aulas presenciais na maior parte dos cursos mas os exames serão em pessoa com medo que copiem…
Nos transportes públicos e nos supermercados não há distanciamento possível (o vírus só ataca alguns ajuntamentos de pessoas?) mas fecharam as pequenas lojas de comércio tradicional, onde as distâncias podem ser mantidas junto com outras medidas profiláticas.
“Votar é seguro”dizem eles e no dia de votos podem sair à rua depois da hora de recolher obrigatório, mas apenas se forem votar. Nesse caso o vírus não ataca, mas se forem a outro sítio ou quiserem praticar outra atividade estão proibidos.
Nos Açores há cercas sanitárias (até 22 janeiro) em Rabo de Peixe e Ponta Garça, e os infetados que vivem em casas pequenas sem possibilidade de se isolarem ou confinarem irão transmitir alegremente o vírus aos restantes, em vez de os meterem em hotéis ou outros locais de confinamento profilático seguro.
A vacinação em Portugal continua, mais lenta que na própria Roménia, e por contas que fiz (muito por alto), a esta média, só no fim da década estarão todos vacinados, se não tiverem morrido até lá. Não sei se há vacinas suficientes mas podiam por as farmácias com condições de armazenamento e pessoal qualificado a administrar vacinas, sempre era mais rápido.
Se Descartes ainda estivesse vivo ficaria surpreendido pois há pessoas que não pensam e também existem. O meu xamã avisou-me “em 2019 deviam evitar-se as pessoas negativas, em 2020 as positivas, e em 2021 devem evitar-se todas as pessoas”.
… Chrys Chrystello, Jornalista,
Membro Honorário Vitalício nº 297713 [Australian Journalists’ Association MEEA]
Diário dos Açores (desde 2018)
Diário de Trás-os-Montes (desde 2005)
Tribuna das Ilhas (desde 2019)
Jornal LusoPress Québec, Canadá (desde 2020)
esta e anteriores em https://www.lusofonias.net/mais/as-ana-chronicas-acorianas.html