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Crónica publicada esta semana no Açoriano Oriental
JÁ POSSO OLHAR? TOMOU POSSE OU NÃO CONSEGUIU?
Muito bem. Finalmente, o Governo XIII dos Açores tomou posse. Estava difícil! Mas, meus amigos, agora há muito a fazer, muito a aprender, demasiado, talvez, a corrigir.
Quando uma mudança é efectuada após tantos anos de saberes e cuidados (?) (24 anos, vejam só!), grandes maravilhas seriam previstas encontrar; uma sociedade bem organizada era esperada para nos deslumbrar; a uma boa governação poderia ser dada continuidade, agora com outros intervenientes, numa perspectiva de que tinha sido feito o melhor que se soubera e pudera.
Porém, não sei se vai ser este paraíso que o Dr. José Manuel Bolieiro e os restantes elementos da sua coligação governativa irão ver ao abrir pastas, consultar documentos, procurar outros registos que deveriam existir mas ficaram perdidos no longo, e talvez estranho, percurso que, exactamente por não ser previsível (não era?), pode ter assustado alguns que, correndo desalmadamente por esse magnífico mar do nosso Arquipélago, os perderam (os tais registos) nos caminhos entre a Horta e as restantes ilhas Açorianas onde terão sido guardados a “bom recato” (ou sem recato?).
No dia em que tomou posse do novo Governo o Sr. Presidente e demais elementos que constituem a coligação que se formou após as eleições, bem como todos os deputados que assumem funções à esquerda, à direita, ao centro e, também, à margem assinaram o documento que os vincula como membros de serviço e respeito por todos e cada um dos cidadãos que vivem na Região Autónoma dos Açores.
Do Presidente não tenho dúvidas quanto à integridade, boas intenções e capacidade de trabalho. Quanto aos restantes pouco ou nada sei de personalidades, interesses, valores morais. No que respeita aos opositores, em particular do círculo do Partido Socialista vi, de muito perto, como alguns deles funcionavam e…não gostei.
Mas eu sou uma cidadã que observa, lê e reflecte quanto baste para conseguir ter uma margem de pensamento lúcida. Assim, procurei sempre escrever de acordo com a verdade possível omitindo, bastas vezes, elementos que poderiam ser enquadrados em críticas ao sistema até aqui vigente. E porquê esta cautela, cuidado, ou o que quiserem chamar às omissões a que faço referência? Pois…teria que voltar atrás no tempo e Não Quero.
De um dos discursos do novo Presidente compreendi que as suas prioridades são aquelas que menos atenção real, ou seja, transformada em factos, tiveram do executivo anterior. Lá que se esfalfaram a falar e a prometer não tenho dúvidas. Ouvimos todos nós, Açorianos, até à exaustão que o desemprego tinha baixado, os pobres estavam menos pobres, a economia crescia. E vimos, o Rendimento Social de Inserção a subir vertiginosamente, os jovens a estagiar por aqui e por ali sem a posterior saída para um emprego com salário certo e prolongado no tempo e, como é óbvio, esses jovens adultos a serem atirados à sua sorte, sem presente nem futuro.
Não sei se já há contas feitas ao que possa sobejar de moedas nas gavetas que foram esvaziadas pelos senhores de antes para serem ocupadas pelos que as abriram agora. O que sei é que ouvi:”… precisamos com urgência de envelopes financeiros que irão permitir “através das empresas a conservação e manutenção do emprego e, sobretudo, a consolidação justa de estabilidade social, para evitar nova pobreza e exclusão” Também é de salientar o apelo aos parceiros sociais e ao Governo agora em funções para que se unam na reivindicação, no imediato, da solidariedade nacional e, sobretudo na europeia, através do Plano de Recuperação e Resiliência, sendo esta uma nota urgente do Dr. José Manuel Bolieiro.
Muito importante o apelo final: “…Sem meios torna-se difícil tornar o planeado em concretização.”.
Concluindo, o caminho está aberto a quem queira de boa-fé colaborar neste Governo de coligação. Desde que não haja ninguém que tenha aceitado algum cargo com o intuito de “fazer fortuna”, porque com o homem que está na dianteira não atinge essa meta.
Prof.ª Maria da Conceição Brasil
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