ps açores e a necessidade de reflexão interna

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Críticos do PS querem reflexão interna
Algumas vozes do PS pretendem que os dirigentes promovam, a seguir a esta fase de formação do governo, uma reflexão interna sobre o que é que se passou para a perda de muitos votos no domingo, sobretudo em S. Miguel e Terceira.
Por enquanto não há nenhuma voz socialista, “dos que frequentam a sede”, que ponha em causa, publicamente, a liderança do partido, esperando apenas pelo desfecho da formação do governo, mas fonte socialista garante que, se Vasco Cordeiro não conseguir formar governo, “vai haver algumas vozes a pedir explicações internas”.
Pedro Arruda, o único socialista que arrasa Vasco Cordeiro
O único socialista que tem sido crítico da governação do PS nos últimos anos é o empresário e comentador Pedro Arruda, que não esconde o seu descontentamento como o partido tem sido liderado nos últimos tempos.
Num texto publicado na sua página das redes sociais, Pedro Arruda, que já foi Delegado de Turismo em S. Miguel, arrasa a estratégia socialista e diz abertamente que “para o PS e para Vasco Cordeiro estas eleições começaram, provavelmente, a ser perdidas em 2012. A verdade é que Vasco Cordeiro nunca conseguiu afirmar plenamente uma identidade própria dentro do projecto socialista, tanto no Governo, como no próprio partido. A herança Cesarista, que no partido nem herança foi, mas antes uma presença e um domínio constante, nunca permitiram que Vasco Cordeiro marcasse uma liderança, uma estratégia e uma personalidade própria que lhe possibilitasse autonomizar a sua governação dos 24 anos de governação socialista. Isto pode parecer incongruente, mas essa ligeira nuance, a governação e o partido de Vasco Cordeiro, teria feito, certamente, toda a diferença”.
Os nomes dos “triturados” no PS e os “protegidos”
Pedro Arruda adianta que “o PS e a governação socialista foram sempre de Carlos César e nunca de Vasco Cordeiro. Isso viu-se na longevidade de Sérgio Ávila, na omnipresença de Carlos César, na incompreensível e absurda telenovela da “Casa da Autonomia” e da sua Estrutura de Missão comandada à tripa forra por Luísa César e na ascensão e autoridade desenfreada de Francisco César. Ao mesmo tempo, causa igual tristeza e estranheza a forma como Vasco Cordeiro foi, sucessivamente, triturando figuras com gabarito, validade intelectual e política, competência e projecção na sociedade açoriana. Desde os Governos, às listas de deputados, às empresas públicas e tantos outros cargos com maior ou menor visibilidade, a fúria autofágica de Vasco Cordeiro criou um imenso exército de descontentes e de ressentimentos”.
Pedro Arruda dá mesmo exemplos: “Assim de cabeça lembro-me de nomes como Fagundes Duarte, Piedade Lalanda, Luís Cabral, Nuno Domingues, Pilar Damião, João Roque Filipe, Nuno Mendes, Miguel Cymbron, António Gomes de Menezes, Fausto Brito e Abreu. E, mais recentemente, os casos de Filipe Macedo ou da limpeza nas listas de deputados, que correu, sem apelo nem agravo, com Renata Botelho, Graça Silva e Sónia Nicolau, sem que se soubesse da mais pálida justificação. Ao mesmo tempo, que uma série de outras figuras eram candidamente protegidas e apaparicadas, fossem quais fossem, e foram muitas, as asneiras, para usar um termo suave, que cometessem. De que, para mim, o caso mais dramático e paradigmático foi a dupla Vitor Fraga e Francisco Coelho. Um mistério que só possivelmente a história elucidará…”.
Chega é de extrema-direita
Pedro Arruda critica ainda a elaboração da lista de deputados por S. Miguel e aponta os erros cometidos pelos socialistas na governação.
Também faz um reparo à direita: “Quanto à suposta maioria de direita a verdade é que ela não existe. O que há, neste novo quadro parlamentar, é uma maioria anti-PS. Sendo que, para além disso, o CHEGA não é de direita. O CHEGA é de extrema direita! E, embora seja aceitável a sua presença no parlamento, é a vontade de 5% dos eleitores, não é já, de forma alguma, admissível que os restantes partidos se aproveitem do CHEGA, legitimando com esse gesto o fascismo latente do partido do Dr. Ventura, para assaltar o poder. Por outro lado, embora muitas das suas principais figuras venham do CDS e do PSD, é um erro pensar que a Iniciativa Liberal encaixa nas visões tradicionais de esquerda e direita. Tal como, também tenha as minhas duvidas, que o PAN possa ser entendido como um partido de esquerda”.
Os sucessores
E conclui: “Quem tem, neste momento, a responsabilidade de fazer as pazes com o seu passado, deixando no passado o que lá deve estar, com o que de bom e de mau as suas lideranças tiveram, é o próprio Partido Socialista. Há uma democracia interna para conquistar dentro do Partido Socialista dos Açores, e essa libertação, se não for iniciada pela liderança tem que o ser pela militância. Figuras como Cristina Calisto, Rodrigo Oliveira, ou mesmo Andreia Cardoso, são hoje esperanças para um futuro PS, que seja mais solidário, mais aberto e mais justo”.
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  • até internamente estão amordaçados… só fazem o que lhes mandam fazer, ainda hoje o artigo de opiniao do sr vitor fraga demonstra isso mesmo. há gente de valor no ps, mas venderam a sua verticalidade quando se deixaram subjugar pelas orientacoes super…

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    • 27 m
  • Mas não tiveram uma vitória clara e inequívoca? Até na hora que o jornalista fez uma pergunta Carlos César deu sinal para não o fazer, toda a gente viu, é assim o regime socialista em que vivemos.
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    • 22 m
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