UMA CARTA AO SR. PRESIDENTE SOBRE A ABSTENÇÃO. CRÓNICA 267 , 21.6.2019

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18.14. UMA CARTA AO SR. PRESIDENTE SOBRE A ABSTENÇÃO. CRÓNICA 267 , 21.6.2019

 

Caro Presidente do GRA, o que vou propor é solução para resolver a abstenção eleitoral Não é fácil ou agradável, mas também não é das mais difíceis de implementar. Exige coragem e comprometimento, e pode mesmo representar o fim das suas aspirações políticas futuras. É a única solução que resulta, após aturado estudo das circunstâncias socioeconómicas da população açoriana.

 

Como sabe, a população destas nove ilhas desenvolveu ao longo destes 44 anos uma complexa teia de subsidiodependência, a todos os níveis da sociedade, quer a nível individual, quer empresarial ou coletivo. Nada se faz nestas ilhas sem ser à custa de subsídios. Mas a solução para o absurdo elevadíssimo nível de abstenção eleitoral nos Açores tem uma solução que nem é muto incómoda nem muito burocrática. E temos autonomia para o decidir, em vez de esperarmos por Godot, que nunca chegará (esperar que a República o faça, não dá quaisquer resultados, nem ninguém está interessado no tema, nem em solucioná-lo).

Nós, açorianos, podemos dar o exemplo, na vanguarda da resolução, imediata, com um custo de aplicação infinitesimal, mostrando que o seu discurso do 10 de junho 2019 não foram meras palavras de circunstância, mas a determinação de um desiderato açoriano: acabar com a abstenção eleitoral.

Primeiro, deve-se introduzir o voto eletrónico para estudantes, expatriados e os que estejam longe do local de recenseamento eleitoral, seja em Portugal, estrangeiro ou noutras ilhas.

Segundo, deve fazer-se uma atualização (limpeza) dos cadernos eleitorais, pois devem existir lá 10 ou 20% de defuntos, a tecnologia existente permite um parto sem dor para tão urgente atualização.

Terceiro e mais importante a criação de um certificado de voto. Após o ato eleitoral deve ser entregue a cada eleitor um certificado de voto, que passaria a ser mais importante do que o cartão de cidadão ou o número fiscal, para atribuição de qualquer apoio social, cultural ou de desemprego,

Nem é preciso tornar o voto obrigatório, dado haver muitos que se opõem a essa obrigação e às coimas que isso implicaria, bastava tornar obrigatória a apresentação do certificado de voto para receber apoios do estado (a nível regional). Estamos certos de que após a introdução desta medida, a abstenção baixaria para menos de 10%. Claro que haverá sempre uns insatisfeitos a falar de inconstitucionalidade e outras coisas, mas a nossa autonomia exige-o.

 

Sobre CHRYS CHRYSTELLO

Chrys Chrystello jornalista, tradutor e presidente da direção da AICL
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