a saga da falta de barcos no Corvo

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A Secretária dos Transportes, Ana Cunha, acusou-me ontem de alarmar a população em relação ao transporte marítimo de mercadorias para a ilha do Corvo. Disse, também, que não estava em causa o transporte marítimo para a ilha do Corvo, mas apenas a falta de regularidade do mesmo.

A verdade é que fiz dezenas de intervenções, no Parlamento e fora dele, a respeito da necessidade de resolver, de forma urgente, o problema do transporte marítimo de mercadorias para a ilha do Corvo, isto tendo em conta a situação criada pela destruição do porto das Lajes das Flores.

Infelizmente, o tempo deu-me razão. Os navios da “Empresa Barcos do Pico” não possuem as condições necessárias para garantir o abastecimento regular da ilha do Corvo. Chegámos a estar, durante o inverno, cerca de 50 dias sem abastecimento marítimo. Isto não é apenas um problema de regularidade, como diz a Secretária. É uma situação que coloca fortes constrangimentos à população.

Pode resolver-se? É claro que sim. Tem de fretar-se um navio com condições para realizar, com regularidade e em condições de mar adversas, a ligação marítima entre o Corvo e o exterior. É isso que está a ser feito e garantido (em parte) na ilha das Flores (foi também uma proposta que o PPM apresentou no Parlamento e que o Governo Regional concretizou antes da sua aprovação).

Foi por isso que apresentei uma proposta no Parlamento dos Açores para que fosse efetivamente fretado um navio com essas características. O Partido Socialista – e o deputado Iasalde Nunes – chumbaram a proposta com o argumento que tinham uma proposta melhor. Foi a historieta dos subsídios e do tal navio que aguardava em França. O tempo mostrou que nada estava garantido. Que não existia nenhuma solução firme.

O próprio Presidente do Governo Regional afirmou a vários comerciantes, quando se deslocou ao Corvo no início do verão, que a situação estava resolvida com a vinda de um novo navio com capacidade para assegurar, ao longo de todo o ano, o transporte marítimo de mercadorias para a ilha.

Nada disso é verdade. O transporte marítimo de mercadorias para a ilha do Corvo está a funcionar mal, mesmo em pleno verão. Se nada for feito, o próximo inverno não será melhor que o anterior em termos de abastecimento. O mar e os navios serão os mesmos. A situação irá repetir-se. Isto não é alarmismo. É algo lógico e expectável. Não posso é fechar os olhos e ficar de braços cruzados a observar, passivamente, a tempestade que se aproxima. É por isso que vou continuar a pressionar o Governo Regional para que o mesmo faça o seu dever: RESOLVER O PROBLEMA! Como? Fretando um navio com as condições necessárias para abastecer a ilha do Corvo em condições de estado do mar adversas. Como já está a ser feito na ilha das Flores.

-1:39

Comments
https://www.facebook.com/paulo.estevao.98/videos/3404468216278930/?t=32
  • Joaquim Pinotes Infelizmente, o Corvo e outras ilhas não dão votos suficiente ao PS para que se preocupem verdadeiramente com isso. Promessas vazias que nunca passam do papel vão continuar. Não há interesse em resolver, o único interesse é ir adiando e arranjando soluções temporárias às vezes. Continuação de bom trabalho!