Dívida líquida sobe para 307 milhões de euros
Administração da SATA corrige contas de 2018 e os prejuízos aumentam mais 13 milhões

A nova Administração da SATA entendeu acertar as contas e por tudo a nu, rectificando as contas de 2018 para assumirem mais 13 milhões de euros de resultados negativos, passando os resultados operacionais daquele ano de -50.034.935 euros para -60.532.415 euros, mais quase 11 milhões acrescentados às provisões e imparidades, segundo as contas já consolidadas da empresa a que o nosso jornal teve acesso.
O resultado líquido passou de -52.926.434 euros para – 63.423.914 euros (Notas 8 a 15 do relatório).
Da análise ao documento, pode-se dizer que as contas da SATA Internacional podem ser consideradas as contas das imparidades e das provisões, tantos foram os acertos feitos, muito por conta do famigerado “Cachalote” de má memória, conforme revelamos ontem. A dívida líquida do Grupo em 2019 cresceu de 208.418 milhões de euros para 307.723 milhões de euros.
Os resultados operacionais de 2019, com todas as imparidades e com as amortizações já consideradas (praticamente não as havia antes – ver a Nota 6), montam a -44.709.280 euros, uma melhoria substancial face aos -60.532.415 euros de 2018.
Para o resultado final contribui uma evolução muito significativa dos custos de financiamento que passam para -11.108.833 euros em 2019, dos -2.601.590 euros em 2018.
O financiamento do accionista passa de 84.592.366 euros para 126.029.024 euros, mais 41.436.658 euros. Em 2018 e 2019 a empresa apresenta 28.224.555 euros de provisões (reserva para valores quase cer- tamente perdidos) e 13.539.126 euros para imparidades (valores perdidos – peças inutilizadas, por exemplo), para um total de 41.763.681 euros.
Trata-se da consequência da adopção de novas normas contabilísticas que acautela obrigações futuras e a factura de algumas “asneiras” muito grandes, entre as quais impera o famigerado negócio do “Cachalote”.
Feita esta limpeza, a SATA Internacional estaria melhor posicionada para um bom relançamento. A situação causada pela pandemia baralha novamente todo o enquadramento da empresa empurrando-a para um sentido ainda mal definido.