FÉLIX RODRIGUES A ANÁLISE DOS NÚMEROS DE DIA 13 ABR

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Hoje temos boas notícias para os Açores relativamente à Covid-19: Não existem nem novos casos nem mortes. O total acumulado de infectados no Arquipélago continua nos 100.
A tendência na ilha de São Miguel tem-se revelado preocupante com um crescimento tendencialmente parabólico ou exponencial com um comportamento “quântico”, ou seja, com agrupamento de casos positivos em períodos de tempo curtos, como se de pequenas explosões se tratassem.
Relativamente ao país, começa-se a verificar claramente a existência de um efeito de fim de semana ou de feriado nos dados, pois mais uma vez, de ontem para hoje, temos um aumento do número de infetados em vez de uma diminuição. Temos hoje mais 514 novos casos de infetados (17 448 ao todo), ou seja, um crescimento de 47% do número de casos de ontem, ou, de outro modo, um crescimento de 2,9% relativamente ao total acumulado de infetados no país. Mesmo com estas indecisões incompreensíveis, o isolamento e distanciamento social parece ter evitado mais casos do que o esperado. Evitamos hoje, em média, o aparecimento de mais 590 novos doentes.
Relativamente ao número de mortes por Covid-19, contam-se hoje no país mais 32 óbitos. Previam-se para hoje mais 7 mortes do que aquelas que se registaram. Significa também que estamos a reduzir ligeiramente o número de mortes.
A letalidade em Portugal voltou a subir hoje ligeiramente situando-se agora nos 3,25%.
Não faz sentido que numa crise sanitária se alterem esforços de combate à doença ou se mascarem dados analíticos em função de períodos oficiais de trabalho e descanso. Não devemos manter a burocracia ou as mesmas regras sociais num período extraordinário de combate a uma epidemia. A epidemia não descansa.
São os dados corretos e devidamente ordenados no tempo que nos permitem estabelecer estratégias racionais de mitigação da doença. Não se pense que mesmo que se tenha aplanado a dita curva que não vamos ter que monitorizar por largos períodos de tempo o vírus.
Como monitorizar o aparecimento de um novo surto de SARS-CoV-2?
Algumas investigações levadas a cabo na Holanda e Estados Unidos aconselham a monitorizar as águas residuais das Estações de tratamento (ETAR’s), pois o vírus é excretado pelas fezes e permanece aí. Assim, detetando o vírus nas águas residuais das ETAR’s corresponde a ter-se infeção na comunidade. Não havendo dados cronológicos correctos da infeção é dificil estabelecer uma relação entre o grau de infeção da comunidade e a deteção de vírus em águas residuais. Se assim for, lá se vai uma metodologia que se poderia revelar eficaz no combate à propagação de um vírus.
Vamos ter que manter durante muito tempo a distância de segurança de dois metros uns dos outros. Essa é a regra mais eficaz de combate à infeção no momento, mas não a queremos manter para o resto das nossas vidas.

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