como salvar a economia

Views: 0

Como salvar a economia das pequenas empresas e das famílias?

Qualquer pessoa com conhecimentos rudimentares de economia sabe que um país não pode depender de exportações sem mercado interno – porque fica totalmente dependente dos outros países; nem de turismo, um sector de baixo valor agregado. Colocaram-se os ovos todos no mesmo cesto e o cesto caiu ao chão. Como era e foi previsto, chamaram-nos os “velhos do Restelo”. A grande estratégia de “saída crise” de 2008 foram medidas que preparam uma crise maior, ambos, Smith e Marx explicam as duas ideias: cortar salários para aumentar as exportações, destruindo o mercado interno, quem está cá não pode comprar o que produz, só vender a outros; fazer do turismo um boom, canalizando o dinheiro que despejámos na banca para a especulação imobiliária – que ainda por cima expulsou milhares de pessoas das suas casas. Tudo ruiu esta semana. Previsível. O Ronaldo das Finanças meteu 15 golos na própria baliza -deixou-nos um país totalmente impreparado para a crise que o vírus espoletou. Espoletou mas não originou, já que as taxas de juros estavam anémicas há mais de 2 anos, e a capacidade instalada por usar. A origem da crise foi na verdade a própria estratégia de “saída da crise” – inflar de novo o sector financeiro, em detrimento da produção que, sabemos hoje, é ela que nos salva vidas.

É preciso proteger as pequenas empresas, tecido normal num país como o nosso, e pôr as grandes a pagar impostos, retendo os dividendos destas, se necessário (e vai ser, por mais incómodo que possa parecer) colocando-os sob controlo Estatal, como no pós 1974 ou na França e Alemanha pós 1945. Temos que resgatar famílias e pequenas empresas, no meio da guerra, para podermos reconstruir a sociedade. E só há um lugar, face à magnitude da crise, com dinheiro para tal – as grandes empresas e bancos que resgatámos em 2008. Não há outra alternativa. Ou isto ou a miséria de milhões, estilo 1929 e toda a mirada de estados de exceção e fascistas que nascem como cogumelos daí.

Os trabalhadores estão a ser despedidos sumariamente, totalmente desprotegidos e agora submetidos à lei do Estado de Emergência que ilegaliza a greve ou a resistência. Centeno e Costa deviam ter a coragem de colocar o dinheiro que há nas PMEs e não nas grandes empresas, outra vez. O que, já vimos pelas suas declarações e de Largarde, que não vai ser bem assim – o coração do mundo contínua a bater na bolsa. É aí que estão os valores.
Ora os nosso valores são outros. O bem estar da população.

-3:36