Osvaldo Cabral e a visita de Marcelo

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Marcelo

Mais importante do que a mensagem de Natal transmitida pelo Presidente da República, na ilha do Corvo, foi a sua presença na ilha mais longínqua de Portugal.
Ao escolher passar o ano junto das populações mais afastadas – e, muitas vezes, mais esquecidas -, Marcelo transmitiu uma carga simbólica muito mais forte e dá um exemplo aos responsáveis políticos, sobretudo os que não saem da sua zona de conforto para estar junto das populações em datas cruciais.
O Chefe de Estado deve ter dado no Corvo o tiro de partida para a sua recandidatura – “os Açores dão-me muita sorte” – e não o fez por mera circunstância: é o registo que pretenderá atribuir ao seu segundo mandato, junto dos “Portugáis mais longínquos”, dos que mais precisam de notoriedade e de maior atenção às prioridades dos poderes.
Os Açores só agradecem.

Banca

Desde 2007 que o Estado já injectou na banca portuguesa perto de 24 mil milhões de euros e prepara-se para mais uma operação de ajuda ao Novo Banco.
É curioso como um país cheio de dificuldades sociais, com um governo que não consegue pôr em marcha um concurso público sobre carga aérea para os Açores ou injectar na Universidade dos Açores o valor que ela necessita para cumprir a sua missão, esteja sempre de cofre aberto para esta casta misteriosa, que são os homens da banca, vivendo impunemente, à grande e à francesa. O último dos quais atribuía à esposa uma subvenção mensal para dar “estabilidade emocional” ao marido!…
Não é este Portugal que os eleitores escolhem quando votam. A vergonha continua.

(Osvaldo Cabral – Diário dos Açores de 05/01/2020)

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