REI DOM GARCIA II DE GALIZA E PORTUCALE

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GARCIA I (II)

Filho de Fernando I de Leão, coube a D. Garcia II por herança o Reino da Galiza cujos domínios se estendiam até Lisboa, tendo aos seus irmãos Sancho II e Afonso VI recaído respectivamente os territórios de Castela e de Leão.

Pela morte do pai (1065), coube-lhe em herança o Reino da Galiza, correspondente à faixa mais ocidental do grande reino que o pai detivera. Fez face ao separatismo crescente do conde de Portucale, Nuno Mendes, com cada vez mais desejos autonomistas, tendo-o derrotado na batalha de Pedroso em 1071, e assumido para si o título de rei de Portucale ou “rei de Portugale”, procurando assim diminuir a insubmissão dos rebeldes portucalenses.

Por seu turno, passou D. Garcia II a titular-se GARCIA REX PORTUGALLIAE ET GALLECIAE ou seja, Rei da Galiza e de Portugal. A ele se deve nomeadamente a restauração das sedes de Braga e Tui.

Porém, o seu reinado teve existência efémera em virtude dos irmãos Sancho II de Castela e Afonso VI de Leão,terem formado uma coligação para lhe usurparem o poder, no que vieram a ter sucesso, tendo-o encarcerado até à sua morte, no castelo de Vermoim, em 22 de Março de 1090.

Assim no mesmo ano de 1071, o reino da Galiza-Portucale foi absorvido pela coroa de Leão, e Garcia passou o resto dos seus dias confinado a um mosteiro, onde viria a falecer, já em 1090.

No seu funeral em San Isidoro estiveram presentes suas duas irmãs, as infantas Elvira de Toro e Urraca de Zamora. O Rei Garcia dispôs que desejava ser enterrado acorrentado, tal como havia vivido os últimos anos da sua vida, e de este modo, sobre a lápide do seu sepulcro de pedra se representou o rei acorrentado, achando-se no seu sepulcro a seguinte inscrição latina:

“ H. R. DOMINUS GARCIA REX PORTUGALLIAE ET GALLECIAE. FILIUS REGIS MAGNI FERDINANDI. HIC INGENIO CAPTUS A FRATRE SUO IN VINCULIS. OBIIT ERA MCXXVIII XIº KAL. APRIL.

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  • Adérito de Almeida Uma questão interessante, é que, já desde Garcia, Portucale passou a ser autonomizado face ao Reino da Galiza, mesmo no título oficial (Rei da Galiza e Rei de Portucale…). Ora, isto, leva-me a crer que a autonomização real face ao Reino da Galiza começou ainda muito antes da independência (se o Condado Portucalense fosse mera parte do Reino da Galiza não teria a mínima lógica esse título… Seria o mesmo que dizer Rei do Brasil e de Minas Gerais)…
    Efectivamente, o sentimento de nação… é muito anterior à independência Portucalense… e foi reconhecido pelos próprios governantes prévios…