Altino de Magalhães – episódios POR Júlio Tavares Oliveira

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«Altino de Magalhães, com quem o meu avô privou, era extremamente educado e sensível. Dizia sempre «se vens com um problema, é bom que venhas já com a solução».

(…)

De três em três meses, com efeito, as fragatas eram rendidas por outras e, na altura, em fins de 1976, veio uma fragata de Lisboa substituir uma outra que em São Miguel já estava.

Antes de entrar no porto, houve alguém da guarda-fiscal – já que a polícia não colaborava, pois o comandante da polícia, o Major Moniz, estava do outro lado da «barricada», da FLA, frequentando muito o café Royal, em frente ao comando da polícia, onde, inclusive, eles se juntavam todos (mal sabiam eles, contudo, que havia lá um empregado infiltrado!).

Continuando: a dita fragata trazia na sua proa, pintada, a foice e o martelo – o símbolo comunista. Telefonam logo para o Altino, informando-o. E o mesmo pega no telefone, contactando o comandante da Marinha, do Comando Naval dos Açores, dizendo «ó, meu amigo, dá ordem à fragata para virar as costas e seguir para o continente. Ela aqui no porto não entra, porque, se ela entra, eu mando-lhe com a artilharia de costa e ponho-a ao fundo». E a fragata não entrou.

O próprio Altino chegou inclusive a ordenar que «todo o avião da TAP que chegar cá, e do qual sair gente, vestido à militar, com cabelo e barba grandes, vocês não o deixam sair do aeroporto, vai para trás novamente», já que era, muito provavelmente, e de acordo com as tendências da época, ligado à esquerda. Ordem esta que foi dada a subordinados seus, a dois primeiros-sargentos do Regimento de Infantaria nº18.»

nota do editor do blogue o pai de ALTINO PINTO DE MAGALHÃES era PRIMO DIREITO do meu avô materno e sempre que privei com ele achei-o uma pessoa equilibrada, embora muito tradicionalista e à direita