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7 DE DEZEMBRO DE 1975. BOM DIA TRISTEZA!
É o dia 7 de dezembro. Do ano de 1975.
Aconteceu!
Aquilo que todos receavam. Uma poderosa Nação avança, com um poderio bélico tremendo, sobre uma metade de uma pequena ilha cujas gentes, pese embora as diferenças, ansiavam por ter direito a manifestar as suas escolhas. Sob o olhar impávido do mundo e o olhar cúmplice dos Estados Unidos, a Indonésia invade brutalmente Timor, por ar, terra e mar iniciando uma onda de terror e causando uma mortandade atroz. Milhares e milhares de timorenses foram mortos, encarcerados, perseguidos, torturados, apenas porque alguém queria manter pela força e agregar para si, a alma e o querer de um povo.
Estamos a 7 de dezembro. Do ano da graça de 1975. Escreveu-se uma página negra na História das civilizações, capítulo sombrio esse que se estenderia por dolorosos 24 anos de ocupação. A heroicidade de um povo, de homens, mulheres e crianças e a luta abnegada e resiliente encetada, mesmo à custa de muito sacrifício, sangue, suor e lágrimas, leva-o à vitória que culmina e tem o seu momento épico em agosto de 1999 quando 78,5 % da população escolhe a via da independência em detrimento da integração na Indonésia. Esse desejo concretizar-se-ia a 20 de maio de 2002, com a restauração da independência. Embora haja novos tempos e Timor continue a construir o seu futuro, os acontecimentos daquele longínquo e doloroso dia devem fazer permanentemente parte da memória de um povo que tem presente e futuro, mas cujo passado não pode ser guardado nas gavetas do esquecimento. Um povo digno e orgulhoso da sua luta, da sua persistência e do seu querer pode e deve limpar as suas feridas, mas nunca omitir e esquecer um passado que apenas o enobrece.
Nesse dia infame para o Mundo, apeteceu-me dizer Bom dia Tristeza!
Estamos no ano de 2021. Passaram-se 46 anos. Lamberam-se feridas. Perdoaram-se erros. Reconciliaram-se irmãos desavindos. Cresceu uma Nação. Sustentada e fazendo o seu crescimento em pleno processo democrático, com os erros e virtudes próprios em Democracia e Liberdade.
Hoje, apetece-nos dizer Bom dia Timor-Leste! Com fé e esperança no futuro…




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- Jose Luis Madeira ValadaresPara mim e muitos foi um dia terrivel e a dobrar. Estavamos a ser invados por uma nacao que embora vizinha pouco tinha de semelhante a nos. Lingua cultura mentalidade uma barreira dificil de atravessar para mais com a agravante do historial de 1965 one morreram mais de meio milhao de Indonesios a mao do brutal regime militar. Por outro lado o grande receio de cair nas masmoras da Fretilin sabendo como tratavam com crueldade os meus companheiros detidos no QG com espancamentos diarios alguns com a vista a saltar para fora ou o cranio rachado a merce dalguns militares ebriadgados que faziam de desporto mandar dar chicotadas nas costas dos prisioneiros. Enfim foi terrivel
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