552. divago jivago, 29 julho 2012

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bucólica inédita dedicada aos irmãos e irmãs transmontanos..
552. divago jivago, 29 julho 2012
alevantei-me ainda o sol não raiava
aparelhei a burra com a albarda
meti o naco de pão no alforge e marchei
saí do alto de são sebastião,
parei na gricha para beber água
atravessei toda a aldeia da eucísia
que ainda dormia aquela hora
subi pela quinta dos magalhães até à moagem
virei à direita rumo a alfândega
até ao desvio de valverde não vi vivalma
havia pouco pó pois choveu ontem
tinha de namorar às escondidas
andava numa má vida por causa do namoro
tinha vestido o melhor fato e chapéu
ao chegar ao largo de são sebastião
já havia gente no jardim do município
o povo juntava-se ali à espera da missa
espero que não me tenham reconhecido
segui na velha n315 passei ao lado do castelo
desci até à ribeira de zacarias
por montes e vales passei sem ver ninguém
alguns olivais entre terras abandonadas
como a velha quinta da bendada
desci até ao sendim da ribeira
na esperança de a ver e passar tempo
construindo sonhos e promessas usuais
lá estava ela de mantilha branca
com as amigas aperaltadas para a missa
olhei em volta e só havia montes
de um lado os cerejais, do outro parada
para sul o sardão e a norte vilar chão
foi então que acordei e vi onde estava
numa lomba da maia na ilha de são miguel
rodeado de vacas alpinistas e vaqueiros
sentado ao computador a escrevinhar
e o resto da história terão de imaginar.

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