33 anos depois saudades do pai que faria 111 anos

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O meu pai que nos deixou em fevº 1992 completaria hoje 111 anos e 33 anos depois do seu desaparecimento ainda me apetece telefonar-lhe, como fiz de Macau e da Australia, vezes sem conta, além das cartas semanais ou quinzenais com que comunicávamos. Acabei de fazer uma montagem com fotos dele.

Creio já o ter escrito, alhures, num dos livros ChrónicAçores mas desde a década de 1980 na Australia, que, (fruto da distância) comunico com os entes queridos (família ou não) por mensagens (quase telepáticas) em que lhes digo o que estou a pensar, em monólogo, e assim os mantenho no meu seio. Torno o seu desaparecimento físico num intercâmbio mental, partilhando com eles momentos alegres, felizes e também os de maior mágoa ou sofrimento.

Muitas pessoas não entendem que, no meu declarado ateísmo, tenha estas transfusões espirituais de terceiro nível. Mas se é verdade que deixei há muito de cumprir a minha ida anual a cemitérios, prestar homenagens aos mortos da família, desde o trisavô Camilo Meira que fundara uma das duas capelas nossas de Agramonte ( a outra é dos Chrystello) não é menos certo que convoco regularmente os entes queridos em vez de os olvidar nesses simbolismos judaico-cristãos. Não há data nem assunto ou evento certo para falar com eles, quando calha, quando me apetece terçar ideias com mais alguém. Assim, mantenho por perto quem nos deixou na dimensão física mas continua a fazer parte do nosso universo. Além da Nini (perda demasiado grande e recente) a minha avó paterna e o meu pai, devem ser os meus mais frequentes interlocutores invisíveis.

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