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DO EFÉMERO E DO PERENE…
O efémero vírus SARS Cov2 já anda por cá desde inícios de março e parece que irá ficar, pelo menos, mais um ano a infetar muita gente…
O efémero SARS Cov2 já matou mais de 200 mil pessoas em todo mundo.
O efémero SARS Cov2 já matou 903 portugueses.
O efémero SARS Cov2 obriga a um confinamento social de cidadãos em todo o mundo sem precedentes.
O efémero SARS Cov2 leva ao confinamento de todos os portugueses.
O efémero SARS Cov2 já redundou em cerca cerca de 83 mil empresas portuguesas em escassos 2 meses.
O efémero SARS Cov2 tira mais dois pontos no PIB português por cada mês de bloqueio.
O efémero SARS Cov2 já levou a uma contração brutal da Economia portuguesa.
O efémero SARS Cov2 já redundou numa subida de desemprego para os 10,4%.
O efémero SARS Cov19 já obrigou o Governo português a gastar mais de 10 milhões de euros a combatê-lo.
Na verdade a perenidade do 25 de Abril está no investimento no SNS (o sucessivo desinvestimento de que tem vindo a ser alvo tenderá a transformá-lo numa resposta circunscrita a pobrezinhos e indigentes).
A perenidade do 25 de Abril está em melhorar as condições da Escola Pública, onde os professores são maltratados, onde não há meios digitais acessíveis a todos os alunos e onde se passa um frio de rachar que dificulta todo o processo de ensino/aprendizagem.
A perenidade do 25 de Abril está na sustentabilidade do sistema de Segurança Social, cujos meios têm vindo a ser desbaratados por má gestão política do erário público.
A perenidade do 25 de Abril passa por um combate sem tréguas à corrupção.
A perenidade do 25 de Abril passa por uma Justiça célere e justa, que seja tão forte com os fracos como com os fortes.
Na verdade, a perenidade do 25 de Abril não tem nada a ver com os efémeros discursos anuais estafados dos políticos de sempre na AR.
A perenidade do 25 de Abril está na criatividade e na capacidade de este país se reinventar perante os desafios do presente e as exigências do futuro.
Já Torga se insurgia contra uma certa forma de fazer política ao sabor dos humores pessoais e coletivos:
“Bem quero, mas não consigo alhear-me da comédia democrática que substituiu a tragédia autocrática no palco do país. Só nós! Dá vontade de chorar, ver tanta irreflexão. Não aprendemos nenhuma lição política, por mais eloquente que seja. Cinquenta anos a suspirar sem glória pelo fim de um jugo humilhante, e quando temos a oportunidade de ser verdadeiramente livres escravizamo-nos às nossas obsessões. Ninguém aqui entende outra voz que não seja a dos seus humores.”