Arquivo mensal: Janeiro 2024

HELENA CHRYSTELLO POR CAROLINA CORDEIRO O silêncio tem sido a minha resposta.

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CAROLINA CORDEIRO
cmocord@gmail.com
O silêncio tem sido a minha resposta. Não é para calar nem para consentir. É apenas por não saber o que transmitir.

No dia em que decidi falar, a notícia aconteceu. Perdi o raciocínio; não soube o que pensar e o sentir foi de “arrombo”.
Há seis anos, lembrei-me das cerimónias fúnebres do meu pai. Duas semanas depois da dele, foi a mãe da minha cunhada. Dois dias depois, uma prima. Desde aí, mortes, velórios e enterros têm um peso demasiado assombroso na minha vida. E, como na altura não houve palavras que me fizessem sentir melhor, o calar é a minha escolha, especialmente quando sei que o fim está à espreita.
Custa-me a acreditar que a última vez que a vi, ela sorriu-me, dizendo “Havemos de nos encontrar, mais tarde.” Uma frase que me prende à falta de responsabilidade de amiga e que me afoga o espírito.
Nas constantes homenagens que lhe têm feito, discordo e concordo com algumas expressões. Ela não era a sombra, mas a rocha onde todos nós gostávamos de nos aconselhar; ela não era a formiga, mas o rei da selva, disfarçado e com uma das mais civilizadas e sensíveis formas de agir: ela não era a fragilidade, mas a força que a forma não aguentou mais suportar. Era a alegria, a competência, a teimosia e a preocupação que nos unia aquando das reuniões da família lusófona. Era aquela que detinha o condão de nos manietar e, indubitavelmente, felizes éramos nós por ajeitar a vida daqueles dias à sua vontade.
A única alegria de tudo isto é o já não existir a dor emocional, consciente da dor física. Ela não partiu. Foi o corpo que venceu a luta, mas o âmago da Ni é eterno. E se assim for, como dizem, enquanto existir uma pessoa a quem ela tenha influenciado, ela jamais morrerá.
Ela foi homenageada em vida, numa mesa onde também eu estava. Injustiça! Ela merecia uma mesa só para si.
Seremos nós, agora, que temos de revisitar o seu legado, desejar alcançar a sua ética e abraçar o seu nome etéreo.
Helena Chrystello, Ni, a mulher do querer é poder.

Com os melhores cumprimentos,
Carolina Cordeiro

DIOGO OURIQUE SOBRE HELENA CHRYSTELLO

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Conheci a Helena Chrystello há dois anos. Muito pouco tempo, tendo em conta toda a vida que tinha. E conheci uma mulher, além de óptima anfitriã, forte, dedicada e eternamente irrequieta.
No âmbito dos Colóquios da Lusofonia, visitei a sua EBI da Maia, onde presenciei o exemplo perfeito do amor que todos lhe tinham – mesmo num local onde, por razões de saúde, já não podia ser tão assídua, mas que nunca esqueceu os anos que dedicou ao ensino e à formação de novas gerações dentro das suas paredes.
A Helena foi homenageada em vida, o que é mais do que justo.
Que, agora, a saibamos também recordar.
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Diogo Ourique

Sob o olhar atento da nossa Helena, na EBI da Maia.
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EXÉQUIAS HELENA CHRYSTELLO DIA 30.1.24 10.30 CEMITÉRIO DA MAIA S MIGUEL AÇORES

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Faleceu na madrugada de dia 26 no HDES onde se encontrava hospitalizada desde 22.12.23 a professora, investigadora e escritora HELENA CHRYSTELLO de 68 anos. Era casada com o jornalista, escritor e tradutor Chrys Chrystello, deixando 3 filhos e 3 netas. O corpo será cremado e a cerimónia de deposição de cinzas terá lugar dia 30 janeiro pelas 10.30 horas, no Columbário (ossário) do cemitério da Maia (Estrada de S Pedro, ilha de S Miguel, Açores) freguesia onde lecionava desde 2005 e onde decidira radicar-se.