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O QUE SE CELEBRA EM FÁTIMA
EM 13 DE OUTUBRO?
PURA DISSONÂNCIA COGNITIVA
Os testemunhos humanos e gráficos parecem sustentar a possibilidade plena de o que se celebra em Fátima, a 13 de outubro de 1917, sustentam a hipótese de uma flagrante manifestação de “dissonância cognitiva”: o ambiente de credulidade estereotipado na multidão, induzida por força de prévios anúncios e pagelas com a imagem da Virgem Maria suportavam previamente a essência e a forma dos fenómenos aéreos que ali se viriam a manifestar nesse dia. Recorde-se que já em 13 de setembro anterior testemunhos minimamente qualificados e insuspeitos de um grupo de sacerdotes haviam apontado a presença na atmosfera da Cova da Iria de um objeto voador de forma oval que foi interpretado como sendo – imagina-se ! – “o aeroplano que havia transportado a Virgem Maria até ao local das “aparições”. Poder-se-ia lembrar o popular aforismo “com a verdade me enganas”. O modelo dessa forma aérea que evoluiu sobre a multidão na Cova da Iria apresenta-se aqui, em dois planos distintos, na reconstituição do saudoso amigo e artista Claro Fângio. Tal como uma das fotografias, esta catalogada como D107 – obtidas em 13 de outubro de 1917 quando do afamado e temido “milagre do sol” e que o estudo do nosso colega professor José Barbosa Machado, da UTAD, permite supor tratar-se da evolução complexa de um outro objeto oval – numa primeira fase a ascensão do mesmo seguida de uma alteração de rumo em ângulo reto na horizontal – e que foi denunciado por diversas testemunhas situadas junto da pequena azinheira como tendo produzido uma coluna de fumo na sua rota inicial. Tal como ficou registado na foto que aqui se recorda e que corrobora os testemunhos verbais sem que fotógrafo e testemunhas no terreno se conhecessem ou houvesse posterior troca de informações sobre o dito objeto aéreo e as suas evoluções. Um curioso e instrutivo “acaso” desta singularidade anómala que continua a ser “aprisionada” na esfera do religioso visceral e ingénuo…Todos os detalhes se remetem para o livro “As Outras Fátimas” (Manuscrito, 2021)


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- Jose Alcântara CruzNão justificam a paragem da chuva e o facto de tudo ter secado de imediato!!!!!
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- Sandra EstreloJose Alcântara Cruz verdade. Como se as roupas tivessem sido submetidas a processo de microondas…..
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Jose Alcântara CruzCambada de ignorantes- Like
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Carlos de FigueiredoEssas placas de vidro com as fotografias da época deviam ser alvo de um scanning de última geração, com a maior qualidade possível, de forma a se poder extrair delas o máximo de informação e discernir entre aquilo que foi fotografado e os efeitos provo…See more- Like
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Luis BacharelÉ ler os relatos da Irmã Lúcia. Quem depois de ler aquilo acreditar em Fátima, é doido- Like
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João SimõesEntão haveria de ser o quê?- Like
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CARLOS MELO BENTO, COISAS DA CIDADE
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Coisas
São catorze horas e quarenta e cinco minutos, desta terça-feira; caminho para o escritório através do Jardim Sena Freitas; vários jovens estudantes divertem-se convivendo e namorando junto às mesas de que, por vezes, alguns reformados usam para jogar cartas. Perto de uma das grandes janelas de vidro do Hotel que ali há, outro jovem, agachado, acende um isqueiro e queima qualquer coisa junto a um papel prateado, olhando-me desconfiado quando dá por mim a ver a cena; prossigo o caminho e ainda me cruzo com gente muito magra e mal vestida, eles com a barba por fazer, elas hirtas e também magras e mal vestidas. Estão a meia dúzia de metros dos Tribunais de Família e Menores e do Trabalho. Felizmente não há turistas. Sinto uma tristeza profunda e sinto-me impotente para recolocar a nossa querida cidade no esplendor de higiene e limpeza que há tão pouco tempo tínhamos. Tinha pensado escrever sobre a transportadora aérea e da ligação desse instrumento de unidade açórica à açorianidade, tal como a TAP à portugalidade. É impossível imaginar umas sem as outras. Povos dispersos e sem ligações reais deixam de ser povos e passam a ser realidades geográficas com uma vaga ideia dum passado comum. Tinha pensado realmente em escrever sobre isso mas perdi o ânimo. As despesas são gigantescas e os dilemas sociais são mais que muitos. Lembrei-me então do Príncipe de Mónaco e da alegria que deve ter sido (e foi) a sua visita a esta terra, há cem anos com cientistas do melhor que havia no mundo, em cujo mapa aquele aristocrata culto nos colocou, com o seu gesto. Conheci o neto e homónimo, em casa de Augusto Ataíde, no Jardim José do Canto e foi um dos momentos encantadores que esta Terra continua a proporcionar-nos. Quem dera que pudéssemos ter de novo a alegria que a nossa indiferença afastou, a coberto da nossa aparente indiferença.
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- Rui Resendes“O ócio é a oficina do diabo”…. talvez a recuperação de alguns pudesse ser iniciada por retirá los compulsivamente do ócio e talvez entregá los a trabalhos ligados à terra, ou com animais, ou etc, para ocuparem a cabeça e o tempo (obrigatória e comp…See more
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Duarte S PereiraA Plus texto !- Like
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David Soares Dias“Mudam-se os tempos…”. Infelizmente “A procissão ainda vai no adro”… Aparentemente ninguém põe fim ao chocante quão repugnante flagelo que ameaça, vergonhosa e ameacadoramente, o devir.2
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Carminha MedeirosSinais dos tempos modernos e degradantesmuito difícil regenerar pois não querem ser ajudados
entristece a alma
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- Jorge Pereira da SilvaCarminha Medeiros nao querem é nós ou os nossos governantes desistirem de um assunto dificil e trabalhoso, basta ver como e quanto apoiam a Associação Arrisca, nem um edifício de raiz, o solar da Glória foi adaptado para este fim, e à mais de 5 anos fechado.
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- 2 h
- Carlos MaiatoCarminha Medeiros não te que preocupes, o Tourismo vai resolver isso tudo
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Maria FumoTriste- Like
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Lucia Medeiros CabralMuito Gostei de LER o SEU ARTIGO.Afinal sempre existe coracoes bons que PENSAM Na DESGRACA dos mais FRACOS.AI SE…See more4
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Antonio TavaresTristeza, grande abraço Dr Carlos Melo Bento- Like
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Jorge Pereira da SilvaÉ muito triste, é minhs opinião mais para eles que se meteram num buraco social que nao é facil sair, buraco que os leva para um vida marginal e criminosa.Para nós e no Seu caso Doutor é deveres contragedor assistir uma juventude perdida, todos ou i…See more- Like
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Leonor JanuarioQualquer um destes artigos sao dignos de se ler pois e a pura da verdade infelizmente e e lamantavel da maneira que o mundo se tornou, tenha um dia otimo- Like
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Eduardo Jorge MeloDegradação a que alguns talvez tenham vontade de designar: “progresso”. Pontos de vista… há quem olhe para cima, outros olham para baixo.- Like
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ActiveAlexandrina BettencourtMuito triste ao que se chegou…uma sociedade degradante..- Like
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Luis AlbertoParabénsbelas palavras para refletir.
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Luis MatosComo é bom apreciar e sentir que ainda há pessoas que não conseguem ficar indiferentes ao que se passa ao seu redor, nesta nossa cidade. Obrigado, professor!- Like
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Maria Isabel Camacho-SantosFica-nos a esperança.- Like
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Luis FerreiraInfelizmente Tudo verdades SR.DOUTOR. Meu Antigo Professor de História. Mas o que se pode fazer numa triste sociedade de hoje a contrastar com a felicidade de outrora. Drogas… Drogas… Drogas…- Like
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Ló Rego CostaÉ muito triste! Mas tanto faz que haja turistas a assistir ou não. A cidade é de quem aqui reside, que tem vindo a perder qualidade de vida, de dia para dia. Já agora, o actual Príncipe do Mónaco deve estar perto a aparecer por cá.- Like
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Artur NetoVerdade meu caro professor de quem eu tenho boas memórias, gratidão e saudades de tudo o que aprendi e ficou para o resto da vida, Abraço fraterno.- Like
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Como era a ortografia de Camões? – Opinião – SAPO 24
falta um diretor na tap
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ministério da educação desumano
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Não coce a barriga quando morrer outro professor!
Josefa Marques era professora do 1º ciclo do ensino básico, mãe de dois filhos, tinha 51 anos e morreu na sequência de um acidente vascular cerebral, que se somou a uma doença oncológica em grau avançado. Josefa Marques fazia quimioterapia. Nos últimos anos, o Regime de Mobilidade por Doença, colocando-a sempre perto da sua residência, permitiu-lhe ter o apoio da família. Mas a mudança ditada por João Costa, em nome da gestão de curto prazo de uma entidade metafísica despersonalizada, a que os tecnocratas chamam capital humano, foi colocá-la este ano a 207 quilómetros de casa.
Quando julgava que tínhamos chegado ao limite da desumanidade e do cinismo, eis que o ministro da Educação, em momento de dor e à boleia da ladainha arcaica do lamento, veio publicamente lembrar que “o Regime de Mobilidade por Doença permitia que a requerente apresentasse 11 escolas de proximidade para onde pretendia a deslocação, tendo a docente indicado [apenas] três opções”. Subliminarmente, subjacente ao lamento, eis mais uma facada de magarefe destro: afinal, a culpa foi da requerente!
Josefa Marques, inconformada com a insensibilidade com que o seu caso foi apreciado, pediu a revisão da falta de vaga na terra. O ministro da Educação respondeu-lhe assim, depois de morta. Espero que a justiça divina tenha sido mais magnânima que a justiça de João Costa e Josefa Marques tenha encontrado uma vaga no céu.
Naturalmente que não atribuo a João Costa responsabilidade directa na morte da professora Josefa Marques. Mas acuso-o de assédio moral no último transe da vida dela, por lhe ter recusado, sem qualquer vestígio de humanidade, solidariedade, empatia, sequer, a mobilidade por doença. No calvário que viveu durante os seis anos em que lutou contra o cancro, não deve ter havido nada mais doloroso do que ser destratada pelo sistema que serviu toda a vida quando, no fim dela, corpo carente de veneno quimioterápico, a mandaram trabalhar a 207 quilómetros dos seus.
A República vai pagar um preço alto por ter deixado a Educação nas mãos de João Costa. Misturar a sua cegueira com a busca de soluções tem sido desastroso para a escola pública. As manipulações, que antes tentava alinhar com a ortodoxia estatística, são cada vez mais descaradas e inesperadas.
A 26 de Setembro, durante uma visita a uma escola de Santo Tirso, João Costa disse haver, por semana, mil baixas por doença, apresentadas por professores. Mas falando de horários por preencher já usou um indicador percentual: 3%. No sistema de ensino labutam 130517 professores. Se seguisse a mesma regra, o ministro poderia ter dito que o número de baixas que referiu correspondia a 0,76% dos professores. Porque escolheu o valor absoluto em vez do percentual? Obviamente porque 1000 impressiona bem mais que 0,76.
Perdi a paciência para lidar com hipócritas, porque é graças à generosidade dos que os suportam que classes profissionais inteiras são esmagadas e enxovalhadas constantemente. Mas no transe dramático em que a morte de Josefa Marques nos mergulhou, não posso deixar de pensar nos outros 2876 professores, de frágil saúde física e psíquica dentro de uma classe globalmente demasiado castigada, a quem, tendo sido reconhecida uma doença incapacitante, foi negada uma mudança de escola ao abrigo do Regime de Mobilidade por Doença. Por eles, em nome deles, permita, professor-ministro, que um velho, que deu à Educação os melhores anos da sua vida e também passou pela política, que na política conheceu as piores pessoas, as mais mesquinhas, as mais desonestas, as mais incompetentes, e nas escolas se cruzou com as melhores, as mais generosas, as mais sabedoras, as mais humanas, lhe recorde uma máxima dos escuteiros, de que o senhor também é chefe: nunca é tarde para nos reconciliarmos com a justiça e reconhecer que nos enganámos.
Se não for capaz, ao menos não coce a barriga quando morrer outro professor!
In “Público” de 12.10.22
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- Deolinda GonçalvesParabéns
pelo seu testemunho..
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Corina BragaExcelente texto!- Like
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AJ StylianoDemita-se por favor…- Like
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Maria OliveiraSubscrevo incondicionalmente tudo o que redige.- Like
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- 29 m
Helena NunesExcelente texto, com uma narrativa acutilante. Apenas acrescento que, nos dias de hoje, os professores de determinados graus de ensino, deviam ser tratados de forma especial pela “carga” que a profissão implica. O sistema político-educativo deveria est…See more- Like
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- 16 m
Maria NogueiraPesará sempre a responsabilidade moral, ou melhor , humana, já que em termos de ” moralidade” anda tudo por baixo. Lamenramos mais uma vida, que pese a sua doença, foi tão burocraticamente avaliada. Quantas mais ouviremos noticiar?- Like
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Rita RuivinhoSem palavras Professor, o senhor disse tudo de forma magnífica.Obrigada pela sua coragem.- Like
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Silêncio da família em tribunal ‘salva’ de prisão efectiva homem da Maia – Correio dos Açores
ranking das universidades portuguesas
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World University Rankings do Times Higher Education. Nenhuma universidade portuguesa nos 200 primeiros lugares. Os Países Baixos têm dez! A primeira classificada das universidades portuguesas é a Universidade Católica (lugar 351-400). Seguem-se a Universidade do Porto (401-500), a Universidade de Lisboa (501-600), a Universidade de Coimbra (601-800) e a Universidade Nova (601-800) https://www.timeshighereducation.com/…/2023/world-ranking As universidad…
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- Teresa Cristina BiuPena ser um ranking pouco comentado, quero dizer, não passar nos telejornais do prime time.
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- Antonio Dias FigueiredoTeresa Cristina Biu, A comunicação social tem grande responsabilidade. Em Portugal só se comentam futebol e as tricas entre políticos.
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Joao FigueiraQuando se gasta tanto tempo e latim a discutir crescimento económico, mais PIB & afins, deveria estar-se mais atento a detalhes como este. Claro que isto dá mais trabalho e exige mais reflexão, além de que os reitores das universidades e investigadores…See more- Like
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Felisberto CardosoParece que são poucos os que amam contemplar a verdade …- Like
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- 21 m
André Gonçalo Dias PereiraSe a primeira portuguesa é a referida… isso diz muito sobre a tabela… de beneméritos- Like
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- 20 m
Helder MatosPergunta de leigo: como são feitos estes rankings, são credíveis ou será um certo marketing promocional por trás? Faz-me recordar por exemplo que não se deve fazer um ranking envolvendo a escola pública e privada em Portugal, quando a escola pública se…See more- Like
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