Lá, num recanto,
onde o mar beija a areia branca da praia,
onde, um dia me fui despedir
antes de embarcar,
para sempre lá ficou preso meu coração…
Praia de São Lourenço,
(Baía de Barbara Vaz),
rua arenosa de macadame,
onde em noites de luar
passeei como se fora Ermitão?
Nos já longínquos tempos da mocidade….
Meus companheiros se dispersaram,
(alguns a morte ceifou…)
“José”, “Olimpio”, “Óscar”, “Salvador”
a todos o destino separou
e não mais alí juntos nos encontramos…
Nunca mais lá voltei
e passei tantos anos com esta grande mágoa
a consumir-me cá dentro…
Como se a Ilha no mar azul e de areia branca
fosse o Paraíso perdido
da esperança dos meus sonhos…
Resignado
ergo uma prece para que um dia
eu possa voltar,*
nem que seja para morrer…
Porque então,
morrerei feliz
lá, onde estão meus pais,
nessa Ilha de areia branca e céu azul
que eu
há muitos anos, muitos anos
deixei para não mais voltar…
Apenas tocar teu solo,
curvar-me-ei respeitosamente
e beijarei tua terra barrenta
que minhas lágrimas humedecerão,
nesta saudade transbordante de ternura.
Como filho perdido
beija a mãe que há muito tempo não vê…..